Sunday, December 14, 2008

O HUMANISMO E A RENASCENÇA

O HUMANISMO E A RENASCENÇA

Trabalho apresentado segundo as exigências da disciplina do curso básico de História do Pensamento, sob a orientação do Prof. Jonas.

FACULDADE EVANGÉLICA DE TEOLOGIA (SEMINÁRIO UNIDO)- Rio de Janeiro – 2001

SUMÁRIO

PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1.- O RENOVAMENTO DAS ANTIGAS ESCOLAS FILOSÓFICAS

1.1 O platonismo
1.2 O aristotelismo
1.3 O estoicismo
1.4 O epicurismo
1.5 O ceticismo

2.- OS PENSADORES

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA


PREFÁCIO

"A história, antes de ser a história dos fatos, é a história do pensamento; ...é a história das idéias que deram origem àquelas ações materiais...O pensamento humano visa naturalmente uma finalidade, ...é o caminho intelectual em busca da solução dos mais vivos problemas de Deus, do ser, do destino e da vida do homem."

No mesmo tempo que os homens estão buscando a verdade, Deus esta desenvolvendo Sua Providência da Salvação que é a providência da restauração,

"a história humana é o período da providência através da qual Deus pretende salvar os homens decaídos e leva-los a restaurar o mundo original do bem".

"Quando observamos o curso da história humana, freqüentemente notamos que certo curso histórico, semelhante ao de uma idade passada, se repete em idades posteriores".

"Nos dias de Jesus, o vasto território cultural formado centralizado na língua helênica puderam estabelecer o fundamento adequado em que era possível expandir rapidamente a idéia do Messias desde Israel, centralizado em Cristo, até Roma, centralizada em Israel, e depois ao mundo, centralizado em Roma".

"No tempo da preparação da primeira vinda do Messias, Deus fez com que Sócrates, na Grécia (470-399 a.C.) iniciasse o período da cultura helênica".

O período da Renascença (séculos XV e XVI), que é o movimento para restaurar o helenismo e o humanismo, é o inicio do tempo da preparação da Segunda Vinda do Messias, o inicio do pensamento moderno, da esfera político democrática, baseada na liberdade que está cobrindo hoje todos os cantos da Terra.

"Devido ao livre intercâmbio de línguas e culturas, a ideologia para o segundo advento do Messias pode fluir livre e rapidamente aos corações de toda a humanidade. Todo isso constitui o território preparado de maneira perfeito por Deus".


INTRODUÇÃO

Na sociedade medieval, por causa do sistema feudal, da degradação secular e da corrupção do catolicismo romano, a natureza original do homem estava constrangida, e seu livre desenvolvimento estava coibido.
Por isso, os homens medievais, que estavam sob o cativeiro de tal ambiente, moveram-se spontaneamente na direção de restaurar a natureza original do homem, dotada na criação, dois movimentos surgiram. Primeiro veio o movimento para restaurar o helenismo, e depois veio o movimento para restaurar o hebraísmo, o movimento para restaurar o helenismo deu origem à Renascença, que era uma expressão do humanismo, enquanto o movimento para restaurar o hebraísmo suscitou a Reforma Religiosa.
A Renascença se iniciou no século XIV, na Itália que era o centro de investigação clássica do helenismo, progrediu para tornar-se um movimento para reformar a vida social medieval, reproduzindo esta cultura clássica. Passando além da cultura, expandiu-se para tornar um movimento de reforma, envolvendo todos problemas da sociedade, tais como a política, a economia e a religião. Tornou-se também a força motriz externa que formou a sociedade moderna .

1.1 O RENOVAMENTO DAS ANTIGAS ESCOLAS FILOSÓFICAS

Na Renascença são representadas, mais ou menos, todas as escolas filosóficas antigas: o platonismo, o aristotelismo, o estoicismo, o epicurismo, o ceticismo e o ecletismo.

1.1 O platonismo

O ídolo da Renascença é Platão (427- 347 a.C.) : artista e dialético, iniciador da ciência matemática da natureza. Ele criou um método de dividir, classificar e organizar o mundo das idéias em uma hierarquia. Ele pensava o que existe realmente é idéias, e o mundo físico é constituído das sombras de idéias, que desenvolvem em entidade substanciais. A idéia do Bem esta no lugar mais alto em vez de Deus. O desenvolvimento do universo tem um propósito que é de alcançar a bondade .
Em 1404 Leonardo Bruni publicava a primeira tradução de Platão, iniciando a renascença platônica. Entretanto foi o Concílio de Florença (1439) que deu um impulso aos estudos platônicos e dos filósofos clássicos em geral. Vários doutores vieram para a Itália devido à queda de Constantinopla (1453). Na segunda metade do século XV surge o platonismo italiano em Florença, Marsílio Ficino era animador da academia platônica, sua atividade principal foi traduzir para o latim, Platão (1477) e Plotino (1485). Depois de M. Ficino, o mais famoso platônico foi João P. della Mirandola (1463-1491), autor de De dignitate hominis .

1.2 O aristotelismo

O aristotelismo da Renascença se distingue em duas correntes principais: a naturalista inspirando-se da escola alexandrina, cujo imanentismo é conforme o espírito renascentista e a panteísta-neoplatônica. O método dedutivo de Aristóteles era a referencia durante dois mil anos. Começando para uma verdade universal, e então tenta de chegar a uma conclusão concreta através da analisa desta verdade. Na idade media o pensamento geral era, Deus criou todas as coisas, todos os seres eram criados, este pensamento universal não mudou desde Aristóteles até a Renascença .
O mais famoso aristotélico é Pedro Pomponazzi, celebra por causa da publicação do seu opúsculo Sobre a Imortalidade da Alma, em Bologna (1516), onde finaliza admitindo a mortalidade da alma .

1.3 O estoicismo

O estoicismo renascentista enaltece o homem, a vida, o mundo, contra a concepção transcendente e ascética cristão. O estóico mais notável da Renascença foi o Belga Justo Lípsio (1547-1606), autor de De Constantia, e de Manuductio ad stoicam philosophiam.

1.4 O epicurismo

O epicurismo condizia com o espírito humanista, imanentista e mundano da Renascença, voluptuosa, artística e também na literatura e no pensamento. O mais notável dessa tendência espicurista é Lourenço Valla (1407-1759), autor do livro De Voluptate ac de vero bono.

1.5 O ceticismo

O ceticismo renascentista surgiu mais por fins práticos do que por motivos teoréticos. A sede do individual, da concretidade, a paixão pela observação detalhada própria do pensamento moderno, em oposição ao pensamento antigo, voltado para o universo e o abstrato. O maior expoente do ceticismo da Renascença é Michel de Montaigne (1533-1592), francês, é autor dos famosos Essais: "Que sais-je"?


2. OS PENSADORES

2.1 Nicolau de Cusa

Nicolau Krebs (1401-1464) alemão que residiu longo tempo na Itália, escreveu De docta ignorantia, que é a ciência dos limites da razão. Tenta a síntese do cristianismo e do neoplatonismo para o panteísmo. Ele distingue três graus de conhecimento: sentido, razão e intelecto.

2.2 Bernardino Telésio

Bernardino Telésio (1509-1588) compõe De rerum natura iuxta propria principia, em que procura explicar a natureza pelos princípios universais, daí os sistemas naturalista e materialista. A vontade e o intelecto são também, materialisticamente, reduzidos à sensibilidade. No entanto Telésio afirma a existência de uma alma criada por Deus no homem.

2.3 Giordano Bruno

Giordano Bruno (1548- 1600) escreveu em latim e em italiano: De la causa principio e uno; De l'infinito universo e mondi; Gli eroici furori; etc...A realidade é uma e infinita, constituída por dois princípios opostos e complementares: um passivo, a matéria, e outro ativo, a alma do mundo. Acima desse Deus imanente e transcendente, aprendido só por fé.

2.4 Tomás Campanella

Tomás Campanella (1568-1639) escreveu Universalis philosophia seu metaphisicarum rerum iuxtra propria dogmata partes tres. Ele admite três princípios das coisas: poder, sabedoria e amor, acredita na astrologia e na magia. A religião é a aspiração do finito para o infinito. Na Cidade do Sol ele elabora uma utopia política e pedagógica, sustentando um estado teocrático-comunista e uma educação realista-ativista.


CONCLUSÃO

O Humanismo e a Renascença surgiram na Itália, mas espalharam-se pela Europa toda. Daí o século dezessete espanhol e o século do Rei Sol na França. Podemos mencionar Erasmo de Roterdam (1467-1536), autor do famoso Elogio da Locura, onde ele critica a hipocrisia social, considerando a vida humana uma comédia, interessou-se a religião duma maneira humanista: o seu ideal religioso está numa religião natural. S. Tomás Morus (1478-1535), autor da Utopia era o grande propulsor do humanismo na Inglaterra. Onde ele bosquejou o plano de um estado ideal, imitando a República de Platão e a Cidade do Sol de Campanella.

"O movimento antimedieval da Renascença, que ocorreu com o apoio do humanismo, menosprezava a conversão a Deus e a dedicação à religião, substituindo tudo pela natureza e o humanismo. Isto é, abandonou a visão medieval da vida, segundo a qual o povo era tão obediente a Deus. O homem e a natureza vieram a ser reconhecidos através da crítica racional pela razão e experiência, e através da análise demonstrativa. Esta visão da vida passou pelas duas formas de metodologia da cognição e da especulação. Estas formam as duas grandes correntes da filosofia moderna: o "racionalismo", pelo método dedutivo, e o "empirismo", pelo método indutivo".

"Deste modo, a Renascença, nas duas correntes que emanavam do humanismo, deu origem a uma visão da vida que impedia o homem de ir ao encontro de Deus de acordo com sua tendência interna, e abria o caminho do lado satânico, seguindo apenas a orientação externa".

"Ao chegar ao século XVIII, esta visão rompeu a história e a tradição, passou a julgar todo o esforço humano pela razão e pelo realismo, repeliu completamente aquilo que era irrazoável e irrealista, e negou a Deus".



REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS


LEE, Sang Hun. Explaining Unification thought.- New-York:
Unification Thought Institute, 1981

MOON, Sun Myung. Princípio Divino.- São Paulo: Associação do
Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo Mundial, 1997

PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís, História da
Filosofia.- São Paulo: Melhoramentos, 1977

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