Monday, December 15, 2008

O PERFIL DE TRÊS REIS: SAUL, DAVI E ABSALÃO

LIVRO PERFIL DE TRÊS REIS

Trabalho apresentado segundo as exigências da disciplina de Comunicação, do curso de Bacharel em Teologia, sob a orientação da Profª Dalva de Oliveira.

FACULDADE EVANGÉLICA DE TEOLOGIA (SEMINÁRIO UNIDO)
Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro - 2002

1- A idéia central do livro

Estudo sobre o quebrantamento, obediência e autoridade para ajudar aos
crentes que sofrem de tratamento injusto de outros crentes e de divisões dentre sua comunidade.

2- O contexto das duas cenas principais

O autor apresenta a história como um drama no anfiteatro, ele dividiu em
duas partes, a primeira o velho rei, Saul e o jovem Davi e a segunda parte, o velho rei é Davi e Absalão é o jovem.

3- A conjuntura política da época

Saul marca o início do período da Monarquia e encerra o período do Sistema Tribal em Israel. Todo o reinado de Saul transcorreu em guerras, as principais batalhas foram contra os filisteus.
A popularidade do jovem Davi levou Saul além dos limites do comportamento racional. Saul abandonou as guerras contra os filisteus e concentrou suas energias na perseguição a Davi, e precipitou-se um cisma em Israel. Davi fugiu para o deserto de Judá, quatrocentos homens rebeldes, fugitivos se reuniram em torno dele. Poucos anos depois Saul morreu numa batalha contra os filisteus. Davi tornava-se rei de Judá, o povo acorreu a Davi, e o aclamou rei de todo Israel. Após alguns anos, ele transferiu sua residência em Jerusalém, a nova capital. A Arca foi trazida com grande cerimônia para ser guardada numa tenda-santuário. As conquistas de Davi transformaram Israel na maior potência da Palestina e da Síria.
Nos últimos anos de Davi aconteceu uma crise séria precipitada por Absalão, filho de Davi. Tudo começou quando a irmã de Absalão foi violada por Amnon, filho mais velho, Davi não tomou qualquer atitude e Absalão assassinou Amnon. Absalão foi para Hebron ungiu-se rei e marchou contra Jerusalém. Joab e suas tropas acabaram com a rebelião e Absalão foi matado.

4 - Comentários
a) Sobre a leitura
A história de Davi é apresentada com uma peça de teatro que mergulha o leitor a viver as situações dramáticas que enfrentou Davi. O autor chama a atenção do leitor para refletir, pensar e responder as perguntas ele disse na pág. 31:
"Memorize muito bem essa pergunta. Pode ser que você tenha de fazê-la a respeito de si próprio 10.000 vezes." !
A história é contada de maneira a colocar e a comparar o leitor na situação de Saul ou Davi na pág. 51:
"motivos e desejos obscuros estão no seu coração e...no coração do leitor também."
E na pág. 63:
"estou a par de que você mesmo não é nem Saul nem um Davi...mas apenas um camponês do reino."
b) Dúvidas ou questões não respondidas pelo autor
O autor não sabe como responder porque o ungido do Senhor é louco, na pág. 32:
"Ninguém sabe a resposta. A não ser Deus. E ele jamais a revela."
Ele não dá resposta como "saber quem é um Davi e quem é um Saul? Deus sabe. Mas ele não revela". Na pág. 56.
Ele não dá explicações ou definições sobre a parte de responsabilidade que o ser humano deve fazer para cumprir a vontade de Deus.
"Não conheço nenhum outro meio de provocar tão extraordinário evento, senão simplesmente não fazendo nada! Pág. 107
"nenhuma ação de minha parte há entre Deus e a sua vontade." Pág. 108

c) Aspectos positivos e negativos da leitura
A leitura traz bons ensinamentos mostrando o caráter de Davi que revela o coração de Deus. Ele foi chamado de "homem segundo o coração de Deus". Ele é modelo de paciência, humildade, obediência, ele vê a mão de Deus em tudo.
A presentação em cenas de teatro é comunicativa e mais interessante para o leitor que encontre uma fonte de inspiração.

O livro falta de referências Bíblicas ou históricas para explicar sobre os nomes que aparecem na história, para ajudar o leitor a entender mais e continuar a pesquisar os fatos sobre os personagens menos conhecidos com Absalão, Joabe, Abisai, Zadoque, Natã...
Falta o indexo com o título de cada capítulo.
O autor não comenta sobre as missões das figuras centrais de Saul e Davi em relação a Providência Divina e as falhas deles a cumprir suas responsabilidades.
5) A quem pertence a justiça?

"Tudo o que o homem semear isto também ceifará". A "Legislação Divina" funciona através das leis universais criadas por Deus. A cada falha, pecados contra os "Princípios Divinos" têm conseqüências e um preço a pagar para serem restaurados. Apesar de Davi ser "um homem em cuja vida Deus ocupava o primeiro plano" e o maior herói de Israel, ele cometeu um pecado e a família dele será punida com castigo. A criança nascida da união pecaminosa de Davi, morreu. Seus dois filhos seguiram-lhe no adultério e um cometeu crime de assassinato.
A graça de Deus pode perdoar se houver verdadeiro arrependimento.

6) Conclusão

Desde a primeira desobediência humana no Jardim do Éden, que quebrou o relacionamento entre Deus e a humanidade, Deus buscou a restaurar uma figura central vitoriosa com fé absoluta na Palavra de Deus. Noé, Abraaõ, Isaac, Jacó e Moisés foram alguns dos vencedores do Fundamento de Fé. Quando Deus conseguir achar uma figura central vitoriosa, escolhida e ungida como Moisés, Saul ou Davi, Deus utilizará o representante dele para guiar o povo escolhido que precisa ter também fé para seguir o líder da Providência Divina que prefigura o Messias que será o representante perfeito de Deus sobre a Terra.
No caso de Saul está bem claro que ele falhou a ser qualificado e ser uma autoridade no Reino de Deus (I Sam. 15: 11, 26), apesar de ser ungido de Deus. Neste caso "Os homens devem fazer só o que pensam que Deus quer que eles façam". Quando uma figura central falha, Deus já preparou o sucessor, depois da rejeição de Saul, logo Samuel vai encontrar Davi (I Sam. 16: 13).
A vontade de Deus para Davi é: "Edificar-me-ás tu a casa para minha habitação?" que é o Templo, a casa ao nome do Senhor, nele colocar a arca da Aliança do Senhor. Davi também falhou (2 Sam. 11, 24:10), a responsabilidade dele foi passada ao filho Salomão que herdou a autoridade de Deus.

A vontade de Deus é absoluta e eterna, mas Deus precisa da obediência e da cooperação dos homens para cumprir sua Vontade. Eu não concordo com a conclusão do autor de deixar "o destino do reino somente nas mãos de Deus" e de "simplesmente fazer nada". Deus precisa todo o nosso esforço e nossa cooperação para realizar sua vontade, o homem pecador e incrédulo impede sempre a vontade de Deus e prolonga a história da restauração do Reino de Deus até hoje.

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