Wednesday, December 17, 2008

A REVOLUÇÃO FRANCESA

TRABALHO DE SOCIOLOGIA 03/08/02


A REVOLUÇÃO FRANCESA

1)Origem da Revolução Francesa

A França nessa época se encontrava em um período que via a expansão do pensamento do Iluminismo, sendo conduzido para o ateísmo e o materialismo pela visão da vida de tipo Caim (1). Os cidadãos, influenciados pelo pensamento do Iluminismo, despertaram para a contradição do absolutismo, e naturalmente seu desejo de acabar com o restante do velho sistema, ainda profundamente arraigado na sociedade sob o absolutismo, atingiu sua culminância.

Assim, em 1789, de acordo coma a alta maré do pensamento do Iluminismo, os cidadãos derrubaram a classe dominante feudal da sociedade monárquica absoluta e, ao mesmo tempo, levantaram-se para advogar a democracia para a liberdade, igualdade e libertação da terceira classe (os cidadãos). Esta foi a Revolução Francesa. Como resultado desta revolução, foi votada a "Declaração dos Diretos do Homem", de 20 a 26 de agosto, imitada dos Americanos. Contudo, já que a democracia originada da Revolução Francesa surgiu quando o pensamento do Iluminismo, que evoluiu para a ideologia do materialismo, rompeu a sociedade do absolutismo a fim de estabelecer a visão da vida de tipo Caim, chamamos a isto a democracia de tipo Caim. Denis Diderot (1713-1784) e D'Alembert (1717-1783), os pensadores da Revolução Francesa, foram eruditos da linha do ateísmo e do materialismo.

A democracia da França se inclinava mais para o totalitarismo do que para a igualdade e liberdade do indivíduo. Depois de sistematizados no marxismo da Alemanha e no leninismo da Rússia, a visão da vida de tipo Caim finalmente formou o mundo comunista.(2)

2) O gênio anti-cristão da Revolução Francesa

Sob a influência dos autores marxistas como Albert Mattiez e Albert Soboul que monopolisaram a historiografia da Revolução Francesa, existe uma tendência a interpretar do ponto de vista sócio-economico esse evento charneiro de nossa história. Ou seja, uma classe burguesa que queria derrubar a classe aristocrática e provocando a revolução.

Essas análises ignoram que dentre a Revolução francesa estava um "virus de uma espece nova e desconhecida " cujo Tocqueville falou, ela é diferente dos movimentos sociais dos séculos passados. Muito mais que da maneira das revoluções políticas ou sociais, a Revolução Francesa operou da maneira das revoluções religiosas. Mais do que a reforma da sociedade francesa, é a regeneração do gênero humano que ela pretendia fazer, em nome do universalismo. E a realização deste projeto incluía de qualquer jeito a eliminação do universalismo concorrente. Conseqüentemente, o fanatismo e a violência sem precedência deste movimento revolucionário.
Tocqueville fala de "gênio anti-cristão" da Revolução Francesa. Uma das primeiras ações "foi de atacar a Igreja, e dentre as paixões que nasceram desta revolução, a primeira ascendida e a última apagada foi a paixão irreligiosa".

Para Jean Dumont, no seu livro Os prodígios do sacrilégio, a revolução Francesa foi "primeiro um empreendimento sitemático contra a liberdade religiosa da grande maioria dos Franceses". No inicio de 1790, Edmund Burke demonstrava muito bem como a confiscação dos bens da Igreja no início da Revolução não é para uma necessidade econômica, mas para a vontade de tirar da Igreja. Depois o clero foi obrigado à prestar juramento sob a constituição, em contradição contra Roma e forneceu o maior número de vítimas morrendo na guilhotina.

Segundo as pesquisas de Donald Fraser no seu livro The Incidence of terror during the French Revolution, a nobreza tinha só 8,5% das 40.000 vítimas do Grande Terror e 31% para o clero e 69% para o povo, a grande maioria das famílias nobres não foram afetadas por uma Revolução cujo muito delas foram os principais causadores e promotores.(3)

3) Revolução e terror

No dia 14 de julho um grupo de saqueadores reforçados de soldados motins atacaram a Bastille uma velha fortaleza do rei usada como uma prisão, este dia é lembrado com o dia da festa nacional da França.
Os irmãos do rei, os nobres, os padres, os artistas temendo pelas suas vidas, fugiram da França (cerca de 200 000). Os bens deles e da Igreja foram tomados e "nacionalizados" e vendidos por um bom preço para os burgueses e os lavradores ricos (4).

No dia 10 de agosto de 1792, os revolucionários mataram o chefe da guarda nacional, tomaram e saquearam o palácio das Tuileries, massacraram brutalmente as pessoas encontradas, também os servos e cozinheiros. Eles invadiram a Prefeitura (l'Hotel de Ville) e estabeleceram um novo município: la Commune. O rei foi depositado e preso dentro de uma velha torre. Os detidos suspeitos: padres, nobres, soldados, ricos que estavam nas prisões foram massacrados durante cinco dias, cerca de 1500 assassinados em Paris.

Finalmente, os deputados votaram 361 contra 360 a morte imediata do rei incluindo o primo dele o duc d'Orleans Philippe Egalité. No dia 21 de janeiro de 1793, com muita coragem e piedade, Louis XVI foi guilhotinado às 11 horas da manha.
Os revolucionários queriam fazer uma nova sociedade, criar um novo tipo de homem e erradicar o "passado", ou seja a família, a Igreja, a propriedade, as corporações. Todos que opuseram-se precisaram ser exterminados sem piedade(5).

Notas:
(1)A Renascença deu origem a uma visão da vida que impedia o homem de ir ao encontro de Deus de acordo com sua tendência interna, e abria o caminho do lado satânico, seguindo apenas a orientação externa. Esta era a visão da vida de tipo Caim. Esta visão ao chegar ao século XVIII, rompeu a história e a tradição, passou a julgar todo esforço humano pela razão e pelo realismo, repeliu completamente aquilo que era irrazoável e irrealista, e negou a Deus. Este era o pensamento do Iluminismo. (MOON S.M.- Princípio Divino - p. 337)

[2] P.D. p.342

[3] CAUSA - La Vocation Spirituelle de la France - p. 59

[4] SERVIEN, H. - Histoire de France - p.97

[5] idem p.100

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