Saturday, January 3, 2009

TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO

TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO


Trabalho apresentado segundo as exigências da disciplina do Antigo Testamento, do curso de Bacharel em Teologia, sob a orientação do Prof. Lola Ndofusu.

FACULDADE EVANGÉLICA DE TEOLOGIA
SEMINÁRIO UNIDO - OSWALDO CRUZ - RJ- 2003

Sugestões Essenciais Para Se Elaborar uma Teologia do AT

A existência de deficiências básicas nas metodologias necessita de desenvolver uma perspectiva nova.

1) A teologia bíblica como disciplina histórica-teologica deve descobrir o que o
texto quis dizer e procurar "voltar lá". As testemunhas bíblicas não são apenas testemunhas históricas, elas são o mesmo tempo testemunhas teológicas como palavra de Deus. A tarefa do teólogo da Bíblia é interpretar as Escrituras procurando compreender e descrever, ao "voltar lá".
O teólogo da Bíblia não substitui nem compete com o teólogo sistemático ou com o dogmatista. O t. da B. trabalha baseada no próprio texto bíblico. O t. da B. deve expor as categorias, temas, tópicos e conceitos com as "idéias claras e precisas".

2) Uma teologia do AT pressupõe uma exegese fundamentada em princípios e
procedimentos corretos. A interpretação exegética pode ficar comprometida, ao isolar textos do todo. Por exemplo - o tema do remanescente - que Amos faz, envolve parcialidade.
H.J. Kraus disse "uma das questões mais difíceis é a do ponto de partida, do significado e da função da pesquisa histórico-crítica". Von Rad disse que o t. da B. deve procurar compreender "os profundos níveis da experiência histórica que a pesquisa histórico-crítica é incapaz de sondar".
O método h.-c., originado do Iluminismo vê a História como um sistema fechado, não há lugar para transcendência.
O que se precisa salientar enfaticamente é que existe uma dimensão transcendente ou divina. A crise referente à História, na t. b. é da deficiência do método histórico-c. de lidar com a transcendência.
O método mais adequado para a t. b. deve ser tanto histórico quanto teológico desde o princípio. A exegese tem a função de esclarecer os textos individuais e a t. b. tem a função de reunir esses aspectos isolados num todo teológico. Precisa levar em consideração a realidade de Deus e sua irrupção na História. Desta forma é possível vencer a distância temporal e cultural, e entender o que o texto quis dizer.
O t. da B. não pode permitir que sua fé o leve modernizar seus objetos de pesquisa. Pode-se empregar todos os instrumentos exegéticos que a pesquisa histórica e lingüística permite. A interpretação da Escritura deve tornar-se parte de nossa experiência, como o deveria toda interpretação.

3) O teólogo da Bíblia baseia-se exclusivamente em elementos extraídos do AT.
Ele verifica sua história, a estrutura dos textos, estuda a história de Israel da antiguidade enfatizando o Oriente Próximo primitivo.
A t. do AT questiona a teologia dos diversos livros cuja origem, conteúdo, estrutura, propósito e significado são muito distintos. Uma t. do AT é uma interpretação e explanação sumárias dos escritos, identificar semelhanças e diferenças entre os diversos livros. A voz de cada testemunho da atividade de Deus e da revelação divina pode ser ouvida. Deve-se reprimir o desejo de fazer de um conceito um centro do AT. Deus é o centro do AT, ele é o seu tema central.

4) A apresentação das teologias do AT deve preferir não seguir a ordem dos livros
na seqüência canônica, pois esta ordem decorreu de motivos outros que o teológico.

5) Uma t. do AT procura reunir e apresentar seus principais temas. Por exemplo, os
temas da eleição e da aliança. No conceito de aliança, há uma expectativa de bênção para todas as nações, a nova aliança para o futuro.
A apresentação dos testemunhos do AT só pode ser feita com base num tratamento diversificado.

6) A meta final da t. do AT é demonstrar se há ou não uma unidade que une as
diversas teologias e temas, conceitos e tópicos longitudinais. Se por trás da experiência daqueles nos deixaram as Escrituras do AT existe uma realidade divina. O objetivo primordial é descortinar essa unidade íntima e torná-la transparente.
Um método para mostrar a unidade consiste a tomar os principais temas e esclarecer como as diversas teologias relacionam-se entre si. A questão da unidade acarreta tensão, atrito, mas não implica contradição.

7) Uma teologia do AT precisa demonstrar sua relação com a t. do NT.
A natureza complexa da relação entre os Testamentos tornam necessária a adoção
de uma abordagem diversificada. Os dois Testamentos esclarecerão um ao outro e propiciarão juntos uma compreensão mais ampla.

Nessas propostas esboçam uma nova apreciação da teologia do AT, é possível desenvolver uma teologia bíblica do Antigo e do Novo Testamento.

Comentário:
Eu concordo com o Autor dizendo que é possível de desenvolver uma nova apreciação da teologia. A Bíblia contem muitas palavras simbólicas que precisam ser decodificadas tanto no AT como o do NT, a dificuldade de interpretar é uma das razões de muitas denominações e divisões no cristianismo. De acordo com as próprias palavras de Jesus a hora virá que ele nós falará claramente a respeito do Pai (Jo 16. 25), dois mil anos atrás ele queria dizer mais, mas o povo não podia entender (Jo 16. 12) e não conseguiu a crer (Jo 3. 12). Nos Últimos dias, o Espírito de verdade falará e guiará novos mensageiros (Jo 16. 13; At. 2. 17, 18; Ap. 10. 11), novas teologias resolverão os problemas e trarão soluções para a crise atual da teologia do AT. Podemos esperar até mesmo um novo livro que completará o Cânon da Bíblia (Ap. 5. 1, 5)

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