Sunday, March 22, 2009

A Santíssima Trindade2

A Santíssima Trindade
Parte 2


3 - JESUS CRISTO, FILHO ÚNICO DE DEUS
3.1 A PREPARAÇÃO PARA A VINDA DO CRISTO
a) Contribuições Políticas dos Romanos
b) Contribuições Intelectuais dos Gregos
3.2 A CONCEIÇÃO E A INFÂNCIA DE JESUS
a) A Anunciação
b) A Infância
3.3 A MISSÃO DO MESSIAS
a) A Missão de João Batista
b) A Tentação de Jesus
c) O Reino de Deus está próximo
d) A Missão de Jesus
e) A Morte de Jesus na Cruz
f) A Ressurreição de Jesus
4 - O ESPÍRITO SANTO
4.1 A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
a) Manifestação do Criador
b) Transmissão da Revelação Divina
c) Os Dons
4.2 A DIMENSÃO FEMININA DO ESPÍRITO SANTO
4.3 O ESPÍRITO SANTO E O RENASCIMENTO
4.4 O ESPÍRITO SANTO, OS SANTOS E O ANJOS
5 - AS QUESTÕES A SER A RESOLVIDAS
5.1 O VALOR DE UMA PESSOA QUE REALIZOU A FINALIDADE DA CRIAÇÃO
5.2 QUEM ERA JESUS?
a) O Adão aperfeiçoado e Jesus como a Restauração da Árvore da
Vida
b) Jesus e os Homens que Alcançaram a Finalidade da Criação
c) Jesus é o Próprio Deus?
d) Qual era a relação entre Jesus e Deus?
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXOS

3. JESUS CRISTO, FILHO ÚNICO DE DEUS

A criação, obra da bondade divina, incluindo a humanidade era boa...muito boa. (Gn 1, 31) Adão e Eva, imagem do Pai e Mãe do Céu, eram predestinados a viver no Jardim de Éden de acordo com o plano original do ideal de Deus para ser felizes para sempre, assim como todos os seus descendentes. Infelizmente, antes de alcançar a maturidade e a perfeição, o primeiro Adão levou toda a humanidade na história do pecado. São Paulo afirma: “Assim como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores, do mesmo modo, pela obediência de um só, todos se tornarão justos” (Rm 5, 19). Então a vinda de Jesus, filho único de Deus se tornou necessária, como segundo Adão; afim de que pudéssemos receber a adoção filial e voltar para o ideal original antes da queda. Podemos raciocinar que se o primeiro Adão tivesse obedecido ao mandamento de não comer do fruto, a história do mal não teria acontecido, Eva teria multiplicado filhos do bem, e todas as crianças teriam sido concebidas e nascidas sem pecado original vivendo no Jardim do Éden ou Paraíso. Deus não teria precisado iniciar a providência de salvação para preparar a vinda de Jesus.
Depois do pecado, a providência da salvação, que é em outras palavras, a história da restauração do estado antes da queda ou a recriação do Adão original que viera como Jesus Cristo, se tornou necessária. Para que Deus possa enviar seu Filho Jesus Cristo, passou-se muito tempo de preparação ao longo da história, devido às muitas falhas repetidas das figurais centrais que tentaram fazer as condições para estabelecer o Fundamento para receber o Messias(1) até a chagada da “ plenitude do tempo”. (Gl 4, 4)

3.1 A PREPARAÇÃO PARA A VINDA DO CRISTO
A genealogia de Jesus Cristo no primeiro capítulo do evangelho de Mateus revela o esforço de Deus para preparar uma linhagem que possa ter as condições de dar luz ao Filho de Deus. Quatro mil anos de história bíblica, desde a queda de Adão e Eva e dois mil anos desde a família de Abraão foram necessárias até que Deus possa encontrar uma mulher escolhida para cumprir a missão a mais extraordinária da história humana: dar luz ao Filho de Deus, Salvador da humanidade.
Um período de 400 anos de preparação para a vinda do Messias começou após a volta dos israelitas de seu cativeiro na Babilônia para Canaã. Eles estavam plenamente conscientes da importância de terminar o templo. Dezoito anos depois da volta dos primeiros exilados, a energia e a profunda fé desses líderes, conseguiu entusiasmar o povo para retomar a obra. Uns quatro anos depois, o templo estava terminado(2). Convencidos de que Iahweh tinha novamente escolhido Sião como sede de seu reino, viam o término do templo como a pre-condição necessária para que Jahweh pudesse vir para habitar no seio de seu povo. O profeto Malaquias iniciou um movimento de reforma suscitando o estudo da lei, e o arrependimento dos pecados.
Zacharias também se dirigia a Zorobabel em linguagem messiânica. Ele declarava que o esperado “rebento” da linhagem de Davi (Jr 23, 5) estava prestes a aparecer (Zc 3, 8) para subir no trono.
Deus preparou não apenas os judeus, mas os romanos e os gregos, que contribuíram para realizar um ambiente para receber o Cristo na terra.

a) Contribuições Políticas dos Romanos
A lei romana, com sua ênfase sobre a dignidade do indivíduo, no direito deste à
justiça e à cidadania romana, contribuiu para unificar os homens de raças diferentes numa só organização política. Com o aumento do poderio imperial nos países ao redor do Mediterrâneo, foi criado um espaço de livre circulação e de propagação de idéias. Os soldados romanos mantinham a paz nas estradas da Ásia, África e Europa. Os romanos criaram um ótimo sistema de estradas que iam de Roma a todas as regiões do Império. O papel do exército romano no desenvolvimento do ideal de uma organização universal foi predominante; os provincianos entravam em contato com a cultura romana e ajudavam a divulgar suas idéias através do mundo antigo.

b) Contribuições Intelectuais dos Gregos
Foi graças à influência grega, que a cultura basicamente rural da antiga República
deu lugar à cultura intelectual do Império Romano. O grego tornou-se no mundo antigo, ao tempo que o Império Romano apareceu, a língua universal. O dialeto de Atenas, conhecido como Koinê espalhou-se através do mundo mediterrâneo. Foi usado pelos cristãos para escrever o seu Novo Testamento e pelos judeus de Alexandria para escrever seu Velho Testamento, a Septuaginta. Eles tinham pesquisas filosóficas sobre tudo que se relacionava com o homem, Deus, bem, mal, e sua existência. Os filósofos gregos incentivaram as atividades intelectuais e levaram outros povos a pensar. Sócrates e Platão ensinavam, cinco séculos antes de Cristo, que este presente mundo temporal dos sentidos é apenas uma sombra do mundo real, espiritual e eterno(3).

3.2 A CONCEIÇÃO E A INFÂNCIA DE JESUS

a) A Anunciação
Maria recebeu a mensagem do anjo Gabriel anunciando que o Messias será
concebido por ela (Lc 1, 31); ela aceitou a vontade de Deus ( Lc 1, 38) e depois partiu imediatamente, apressadamente e entrou na casa de Zacarias (Lc 1, 40). Um teólogo, Sr C. A. Wainwright de Oxford ofereceu uma explicação a respeito da gravidez de Maria, que seria o resultado de uma cerimônia especial, um "casamento sagrado" entre o sacerdote e a virgem. Seguindo as instruções do anjo e do Espírito Santo, Maria ficou três meses na casa do sacerdote até a confirmação da gravidez(4).
Rev. Sun Myung Moon confirmou que Jesus foi concebido na casa de Zacarias, no discurso "Visão do Princípio da História Providencial da Salvação", Maria teve fé absoluta, acreditando na palavra do anjo, mensageiro do Espírito Santo de Deus, ao risco de ser apedrejada. Este ato de fé restaurou a falha de Eva, que acreditou na palavra de Lúcifer também sem ter medo da morte. Ela realizou a condição de eliminar a mancha do pecado original, e é por isso que Maria é conhecida como “a Imaculada Conceição” e engravidou de Jesus como o novo Adão original antes da queda.
Como diz Sto. Irineu: “o nó da desobediência de Eva foi desfeito pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade a virgem Maria desligou pela fé” e “Veio a morte por Eva e a vida por Maria”(5).
Maria, Elisabete e Zacarias seguiram a revelação de Deus, e acreditaram incondicionalmente, que isso era a vontade e o desejo de Deus(6). A partir do momento que Maria deixou a casa de Zacarias, a vida de Jesus e de Maria sua mãe, tornou-se difícil. A família de Zacarias deveria ter sido o muro de proteção para Jesus até o final.

b) A Infância
O mundo cristão festeja o Natal mostrando Jesus nascido em uma manjedoura. É um local para animais. Este tipo de lugar não é um local para o nascimento do Filho de Deus. O futuro Rei dos Reis. Seria a vontade de Deus ou de qualquer pai ou mãe de ver seu Filho nascer em um estábulo? Com certeza Maria pensava que o Filho de Deus merecia nascer no melhor palácio.
Se Jesus tivesse começado sua vida reconhecido como o Filho de Deus, a história de sua vida teria sido diferente? Em verdade, ele teria sido tratado com o rei de Israel. Deus queria ver todos os grandes sacerdotes reunindo-se para acolher a criança sagrada; então os chefes das doze tribos teriam competido para servi-lo enquanto ele estava crescendo, pois sua missão era se tornar Rei dos Reis.
Jesus era uma criança solitária, saindo freqüentemente saindo de casa desacompanhada.
Uma vez, seus pais deixaram-no em Jerusalém, e voltaram para busca-lo só após três dias. Como é possível que os pais deixem um menino jovem assim?
O relacionamento entre José e Jesus era complicado, distante e estranho; José como
padrasto não tinha relacionamento de sangue. Jesus teria desejado apoio de seus pais, irmãos e parentes. Ele era mal tratado, tendo seu coração cheio de dores. Ele não teve outra alternativa senão de fugir de sua casa aos trinta anos. Durante trinta anos, ele nunca podia expressar alegria com seus irmãos; enquanto eles estavam alegres, ele ficava sempre calado, derramando lágrimas sem fim(7).

3.3 A MISSÃO DO MESSIAS
a) A missão de João Batista
Muitos leitores da Bíblia se perguntaram a respeito de João: "Se ele era um homem tão grande, diante do Senhor, no espírito e poder de Elias como está registrado em Lucas 1, 17, porque ele não se tornou o primeiro discípulo do Filho de Deus?” Jesus indicou que a missão de João era de cumprir a segunda volta de Elias em Mt 11, 14.
Se João tivesse seguido Jesus, a liderança da sociedade teria sido a primeira a aceitar Jesus Cristo como o Filho de Deus. Então quem teria crucificado o Senhor da gloria?
O problema foi que Elias não voltou da maneira como o povo pensava, porque no Antigo Testamento estava escrito que ele subiu ao céu. Eles acreditavam que Elias voltaria descendendo do céu. A profecia de Malaquias se tornou obstáculo, porque se Jesus era o Messias, onde estava Elias? João negou e disse: "Eu não sou Elias, não sou profeta." (Jo 1, 21). Porque ele sabia que Jesus era um marginal rejeitado pela sociedade, e fazendo isso João bloqueou o caminho de Jesus, parecendo então, que Jesus era um impostor aos olhos do povo(8).
João Batista, embora ele mesmo tivesse testificado que Jesus era o Messias, no final duvidou dele. (Mt 11, 3) Por conseguinte, ele falhou e saiu de sua posição Abel impedindo o povo judeu em acreditar em Jesus. O fundamento de fé que ele havia estabelecido foi perdido, e assim, o próprio Jesus teve que restaurar aquele fundamento iniciando um secundo curso de separação de Satanás jejuando por quarenta dias no deserto, herdando a missão de João Batista, sem poder revelar publicamente o fato de que ele era o Messias. (Mt 16, 20)

b) A tentação de Jesus
Satanás simbolizado pela serpente na Gênesis causou a queda do homem, fazendo-o fracassar no cumprimento das três bênçãos(9). Jesus na posição de novo Adão(10), veio para realizar estas três bênçãos que Deus havia prometido. Por conseguinte, Satanás procurou impedir que ele realizasse a finalidade da criação, apresentando as três tentações, a fim de obstruir o caminho para a restauração das bênçãos. (Mt 4, 1-12)
Jesus, vencendo a primeira tentação, reafirmou sua posição de Messias que aperfeiçoou sua personalidade, mesmo a ponto de morrer de fome, pois o pão não era preocupação para Jesus que queria se tornar o Verbo encarnado de Deus e alimento espiritual para salvar os corpos espirituais de toda a humanidade.
Vencendo a segunda tentação, Jesus que veio como o Templo (Jo 2, 19-21) e em posição de Noivo, Verdadeiro Pai da humanidade, estabeleceu uma condição possibilitando a restauração de todos os crentes, multiplicando os verdadeiros filhos.
Depois da queda, como Satanás se tornou o dominador de toda a Criação (Ro 2, 20), Jesus Cristo veio como o dominador de toda a Criação. (I Co 15, 27) Por isso Satanás tentou Jesus para que ele se rendesse diante dele como aconteceu no jardim do Éden. Jesus venceu a terceira tentação para restaurar sua dominação sobre todo o mundo da Criação.

c) O Reino de Deus está próximo
Na época de Jesus todo o povo Judeu, que esperava o Reino de Deus, recitava uma
oração semelhante ao “Pai nosso”: “venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mt 6, 10, Lc 11, 2)
Se Deus é o Alfa, então o Reino de Deus, o cumprimento final de Sua vontade criadora, é o Omega(11). O objetivo principal da pregação de Jesus era de exortar o povo a se arrepender e preparar a chegada do Reino dos céus. (Mt 4, 17)
A expressão “Reino de Deus” que Jesus usou significa a “autoridade do império de
Deus”(12), mas poderíamos traduzi-la como a “lei divina” ou “teocracia”, Mateus preferiu utilizar a expressão “Reino dos Céus” seguindo o costume Judaico de não pronunciar o nome de Deus, palavra muito sagrada que não poderia ser proferida(13).
Há dois conceitos de Reino de Deus, o primeiro é a visão profética na esperança de uma nação regenerada e politicamente libertada para um rei escolhido pelo Espírito de Deus, é o tipo messiânico. O segundo é a transformação sobrenatural do mundo e o julgamento de Deus salvando os bons e castigando os maus, é o tipo apocalíptico.
As duas esperanças são encontradas juntas nas escrituras, como nos livros dos Salmos e de Enoquio, as esperanças de um rei vitorioso sobre as nações inimigas eram a destruição e a regeneração sobrenatural do mundo.
Jesus seguiu a linha dos profetas reformadores como Isaías e Zacarias que anunciaram a esperança do Messias e o ideal do Reino de Deus de uma maneira pacifista quando todas as nações “De suas espadas eles fabricarão enxadas, e de suas lanças farão foices” (Is 2, 4) e universalista proclamando que Deus é “O Senhor de toda a terra”.(Zc 4, 14)
A visão de Jesus era de estabelecer o Reino de Deus na Terra, começando a partir da nação de Israel, e a fórmula que Jesus revelou era a prática e a ética dos ensinamentos do Sermão da Montanha(14).
Jesus não rejeitou a sucessão do rei Davi, que era um aspecto essencial das mensagens dos profetas da esperança messiânica popular da época, ele não negou o título de rei dos judeus que a multidão clamou: “Bendito aquele que vem como rei, em nome do Senhor!” (Lc 19, 38; Mc 11, 10) ou quando ele foi interrogado por Pilato: “Tu és o rei dos judeus? Respondeu Jesus: É você que dizes isso.” (Lc 23, 3)

d) A Missão de Jesus
A finalidade da vinda de Jesus como Messias era realizar a providência da restauração, conseqüentemente, o Reino do Céu na Terra devia ter sido estabelecido por Jesus. "Sede vós perfeitos como é perfeito o vosso Pai que está nos céus" (Mt 5, 48). Ele mandou que seus discípulos orassem para que a vontade de Deus fosse feita na Terra como no Céu (Mt 6 :10).
Quando as pessoas lhe perguntaram o que deviam fazer para executar as obras de Deus, Jesus respondeu dizendo: "A obra de Deus é esta: que acrediteis naquele que Ele enviou (Jo 6, 29). Se os judeus acreditassem que ele era o Messias, o que tanto Deus como Jesus queriam, será que poderiam tê-lo crucificado?
Podemos ver que a crucifixão de Jesus foi o resultado da ignorância e descrença do povo judeu, e não da vontade original de Deus, mas o plano secundário iniciado após a falta de fé como está escrito: “E Jesus começou a mostrar aos seus discípulos que devia ir a Jerusalém, e sofrer muito da parte dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e dos doutores da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar ao terceiro dia.” (Mt 16, 21) e também São paulo diz: "Nenhum dos príncipes deste mundo compreendeu isto, pois se tivessem compreendido não teriam crucificado o Senhor da glória" (I Coríntios 2,8)(15).

e) A Morte de Jesus na Cruz
Será que a morte de Jesus na cruz correspondeu ao desejo mais profundo da Vontade de Deus?

1 - Vamos examinar as palavras de Estevão em Atos 7, 52: ele sentiu uma grande
indignação em relação a ignorância e a descrença do povo que causou a crucifixão de Jesus, e chamou aqueles que mataram Jesus, de traidores e assassinos. Se a morte de Jesus tivesse sido um resultado da predestinação de Deus, não haveria motivo para Estevão ficar tão bravo, indignado e ressentido, mas deveria ter se sentido grato pelo cumprimento da Vontade de Deus.

2 - Vejamos do ponto de vista da Providência de Deus se a crucifixão de Jesus era inevitável como a predestinação de Sua Vontade.
Deus escolheu o povo de Israel, descendentes de Abraão, mandando os profetas que prometiam a vinda do Messias, preparou-os através da construção do Tabernáculo e do Templo, e enviou os magos do oriente; Simeão, Ana e João Batista para testemunharem o nascimento e a vinda do Messias. O propósito de Deus em enviar uma personalidade de alto escalão como João Batista, com os milagres que aconteceram no seu nascimento criando uma grande expectativa (Lc 1, 13; 63-66), foram para encorajar e levar o povo judeu a acreditar em Jesus como Messias.
Se eles tivessem acreditado em Jesus como sendo o Messias, como poderiam eles tê-lo crucificado depois de esperar por ele por tanto tempo? Os Israelitas crucificaram Jesus porque, contra a Vontade de Deus, não acreditaram que Jesus era o Messias. Neste sentido, podemos compreender que Jesus não veio para morrer na cruz.

3 - Vamos analisar as palavras e ações de Jesus para ver se a crucifixão era o meio de realizar sua missão de Messias. Quando as pessoas lhe perguntaram o que devia fazer para realizar a obra de Deus, Jesus respondeu: “A obra de Deus é que vocês acreditem naquele que ele enviou.” (Jo 6, 29) Jesus chorou à vista de Jerusalém devido à descrença dos fariseus, indicando claramente a ignorância do povo da cidade: “...pois que não conheceste o tempo da tua visitação(16).”(Lc 19, 44) Em outra ocasião: “Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que foram enviados a você!...” (Mt 23, 37)
Jesus censurou o povo que se recusou a acreditar nele, mesmo quando as escrituras davam testemunho sobre ele: “Vocês vivem estudando as Escrituras, pensando que vão encontrar nelas a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de mim.”(Jo 5, 39) “Eu vim em nome de meu Pai, e vocês não me receberam...” (Jo 5, 43), “Se vocês acreditassem mesmo em Moisés, também acreditariam em mim, porque foi a respeito de mim que Moisés escreveu.” (Jo 5, 46)
Jesus realizou muitos milagres e sinais na esperança de que pudessem crer nele. Contudo, eles o condenaram como alguém que estava possuído por Belzebu. “...mesmo que vocês não queiram acreditar em mim, acreditem pelo menos em minhas obras. Assim vocês conhecerão, de uma vez por todas, que o Pai está presente em mim, e eu no Pai.” (Jo 10, 38)
Jesus, através de suas palavras e obras, tentou levar o povo a acreditar nele porque esta era a vontade de Deus. Se os judeus tivessem acreditado que ele era o Messias, o que tanto Deus e Jesus queriam, será que poderiam tê-lo crucificado?
Podemos ver que a crucifixão de Jesus foi o resultado da ignorância e descrença do povo judeu, e não da predestinação de Deus para realizar a finalidade de sua vinda como Messias. “Nenhuma autoridade do mundo conheceu tal sabedoria, pois se a tivessem conhecido não teriam crucificado o Senhor da glória.(I Co 2, 8)
Se a crucifixão de Jesus originalmente tivesse sido a predestinação de Deus, como poderia ele ter orado três vezes, para que o cálice da morte passasse dele? (Mt 26, 39) Porque ele sabia muito bem que a história de aflição seria prolongada até a época do Senhor do Segundo Advento, se a descrença do povo viesse a impedir a realização do Reino do Céu na Terra.
Em Isaías 9, 5-6 diz-se:
“Porque nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado: sobre o seu ombro está o manto real, e ele se chama «Conselheiro Maravilhoso», «Deus Forte», «Pai para sempre», «Príncipe da Paz». Grande será o seu domínio, e a paz não terá fim sobre o trono de Davi e seu reino, firmado e reforçado com o direito e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo de Javé dos exércitos é quem realizará isso.”
Esta é a predição de que Jesus viria sobre o trono de Davi e estabeleceria um reino eterno. Um anjo apareceu a Maria quando ela concebeu Jesus e disse:
“Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim”. (Lc 1, 31-33)
Destas passagens podemos ver claramente que Deus tinha chamado os israelitas, o povo escolhido e os tinha conduzido por dois mil anos a fim de estabelecer um Reino de Deus na Terra mandando Jesus como Messias. Mas devido à incredulidade, foi crucificado. Desde então os judeus foram espalhados, sofrendo perseguições até o dia de hoje. Isto pode ser entendido como uma trágica conseqüência do erro ao condenar à morte o Messias. Também os cristãos tiveram de carregar a cruz pelo pecado coletivo da crucifixão de Jesus(17).
Por que a idéia da necessidade providencial da Cruz se tornou uma das bases da doutrina cristã? Foi um acontecimento inevitável, indispensável para a sobrevivência da Igreja. Nunca a igreja teria conseguido se desenvolver, nem resistir às perseguições judaicas e romanas, se fosse fundada na consciência de uma falha do plano divino (em realidade uma falha da porção de responsabilidade humana que era de acreditar no Messias). Logo no início depois da morte do mestre, os discípulos estavam convencidos que foi a vontade de Deus e de Jesus. Assim Paulo acreditou: “Cristo morreu por nossos pecados, conforme as Escrituras, ele foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras”. (I Co 15, 3-4) A idéia da necessidade providencial da morte do Messias se formou no pensamento dos discípulos depois da crucifixão(18).
A passagem de Isaías 53, 5, interpretada como uma profecia de predestinação da rejeição do Messias, sobre o servidor sofredor que foi escrita no passado, não era considerada como uma profecia na época de Jesus. Se Jesus estivesse convencido de que sua execução era a vontade de Deus, ele teria ido completamente sereno, não teria tido medo de arriscar a sua vida. A oração do jardim de Getsemani (Mc 14, 36), não era a respeito de seu sofrimento, mas era para consolar Deus e por ele ter pensado em todos os martírios que seguirão seu curso.

f) A Ressurreição de Jesus
Em Lucas 9, 60, encontramos dois conceitos de vida e morte, o primeiro à respeito do
corpo físico, que era o caso do pai do discípulo, que devia ser enterrado. O segundo é o conceito da vida e morte com respeito às pessoas que se reuniram para o enterro do pai, as quais Jesus indicou estarem mortas.
Quando Jesus disse: “... quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá”.(Jo 11, 25) A declaração de Jesus neste caso é a indicação de que a morte física do homem não influencia sua vida eterna no mundo espiritual.
Nossa carne é como roupas para nosso espírito; e é natural que nós removemos a carne, quando está velha, como tiraríamos velhas roupas. Então os homens espirituais vão para o mundo invisível a fim de lá viverem para sempre(19).
Antigamente os Israelitas acreditaram na sobrevivência dos “mortos” ou a imortalidade da alma como a maioria dos povos, mas para combater o culto dos “mortos” a religião oficial de Israel chegou a negar a existência dos “mortos”, então a crença na ressurreição dos mortos veio para substituir este vácuo eterno. Segundo o padre dominicano Marie-Emile Boismard Jesus negou esta crença analisando a resposta de Jesus para os Saduceus(20). (Mc 12, 24-27)
Depois da Ressurreição, Jesus não era o mesmo que tinha vivido com seus discípulos antes da crucifixão. Ele já não era um homem visto com os olhos físicos, pois era um ser transcendente de tempo e espaço. Certa vez apareceu repentinamente em uma sala fechada, onde seus discípulos estavam reunidos (Jo 20, 19), em outra ocasião, apareceu diante de dois discípulos que se dirigiam para Emaús, o os acompanhou por uma longa distância. Mas seus olhos não podiam reconhecer Jesus, que apareceu diante deles. (Lc 24, 15-16)
Jesus que aparecia, também desaparecia subitamente.
Jesus disse: “Destruam este templo, e em três dias o levantarei” (Jo 2, 19), Jesus ressuscitado iniciou um novo curso espiritual e se tornou o “novo templo” objeto de fé para os cristãos que se tornaram o segundo Israel.
Jesus ressuscitado, também tinha que estabelecer um fundamento espiritual de 40 dias, reunindo seus discípulos, dispersos na Galiléia, e dando-lhes o poder de realizar milagres. (Mt 28, 16) Os apóstolos escolheram a Matias em lugar de Judas para completar o número 12, e creram, serviram e seguiram a Jesus ressuscitado, que se tornou Messias espiritual na posição de Verdadeiro Pai espiritual. Depois da Pentecostes (At 2, 1- 4), o Espírito Santo trabalhou na posição de Verdadeira Mãe espiritual e assim começando a obra de renascimento espiritual para os cristãos. Assim os corpos físicos dos crentes que seguem o Messias espiritual estão na mesma posição que o corpo físico de Jesus, invadido por Satanás através da cruz, então o pecado original ainda permanece em si (Rm 7, 25). Todos os cristãos têm que esperar pelo segundo advento do Senhor para resolver completamente a separação de Satanás.
Assim como Josué, que substituiu Moisés na restauração nacional de Canaã, o Senhor do Segundo Advento tem que realizar o Reino de Deus na Terra, realizando um curso substancial mundial de Canaã(21).


4 - O ESPÍRITO SANTO

Ele é representado simbolicamente como vento, tufão, sopro, fogo, unção, crisma, selo, água e pomba. Em hebraico Espírito é ruah, palavra feminina e em grego pneuma, ambos os termos significam sopro, vento, vendaval e furacão. Assume a função de mãe, nos consola como Paráclito (habitualmente traduzido por “Consolador”), exorta e ensina. O próprio Jesus chama o Espírito Santo de “Espírito de Verdade” (Jo 16, 13). Inicialmente o Espírito não é conscientizado como Pessoa mas como uma força divina e originária que atua na criação, se faz particularmente presente nos profetas. São tomados pelo Espírito e falam inebriados por sua inspiração, em algumas situações, ficaram extáticos(22).

4.1 A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

a) Manifestação do Criador
Na Gênesis o Espírito de Deus pairava sobre o caos primitivo (Gn 1, 2), Deus soprou seu espírito em Adão que se tornou uma alma vivente (Gn 2, 7). Neste caso, o Espírito Santo é uma manifestação de Deus Pai, e não uma entidade diferente, Ele é o Criador, simbolizado pelo “Sopro”, origem do ser e da vida de toda criatura(23). O Espírito de Deus Criador que fez todas as coisas do universo está continuamente presente depois da queda trabalhando e guiando a humanidade, é o Espírito que “dirige o curso da história... renova a face da terra, e está presente à evolução humana”(24).

b) Transmissão da Revelação Divina
O Espírito serve como o órgão para a transmissão da revelação divina. Segundo as Escrituras Sagradas, às vezes o Espírito Santo de Deus fala diretamente com as figuras centrais escolhidas ao longo da história para dirigir a Providência Divina tais como: Abrão, Moisés, Samuel, Jesus e Paulo. Moisés conversou com o Espírito de Deus no Monte Sinai, recebeu a Tora e a missão de levar o povo para a Terra Prometida. No caso de Jesus, o Espírito de Deus desceu como pombo e a voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, que muito me agrada.” (Mt 3, 17). Os evangelistas Mateus e Lucas tributam ao Espírito Santo a origem da encarnação do Filho: “o que foi gerado nela (Maria) é do Espírito Santo”, pois “foi grávida do Espírito Santo” (Mt 1, 18.20)(25), como já foi explicado acima, a nova interpretação sugerida, seria que o Espírito Santo de Deus deu uma mensagem através do anjo Gabriel; seguindo as instruções, Maria entrou na casa de Zacharias para conceber Jesus. A pregação de Jesus se realiza no Espírito (Lc 4, 14). É Ele que está no começo da comunidade eclesial em Pentecostes (At 2, 32). Jesus em S. João disse: “O Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse” (Jo 14, 26). Ele conduzira os discípulos à plenitude da verdade (Jo 16, 13-15).

c) Os dons
A presença do Espírito se manifesta pela diversidade de dons e serviços que aparecem na comunidade, em cada pessoa, conforme Ele quiser. São Paulo enumera vários deles (1Cor 12, 7-11). Estamos vivendo uma época de Renovação Carismática, reavivamento pentecostal evangélico, grupos espíritos e novos movimentos religiosos conforme o que foi prometido em Atos 2, 17: “Nos últimos dias, diz o Senhor, eu derramarei o meu Espírito sobre todas as pessoas. Os filhos e filhas de vocês vão profetizar, os jovens terão visões e os anciãos terão sonhos”.
Podemos observar hoje em dia, universalmente além do cristianismo o derramamento do Espírito:
“a ação do Espírito agiu e age sem a Igreja, porque é maior do que a Igreja, maior do que todas as Igrejas. Porque cria e une o novo templo da humanidade, ele não só é o autor da unidade integral e ideal em Cristo, mas também une e integra a Igreja, o corpo místico de Cristo, e a humanidade, ligada também à Igreja, porque não existe o legalismo da salvação e não há fronteiras da Igreja que sejam fronteiras para o Espírito Santo”( Nota 56).

“O Espírito sopra, contudo, onde e quando quer. Portanto a graça está em relação não com a Igreja institucional, mas com a Igreja mística, e a doutrina da graça não entra no quadro da doutrina da Igreja como instituição exterior e canônica”(Nota 62).
“A experiência mística do "Eu sou", da luz e da ressurreição vivida por Sri Ramana Maharishi(Nota 82) e da situação na casa de Cornélio, descrita nos Atos dos Apóstolos (10,44-45), prova que não há fronteiras para a ação do Espírito Santo: "Também sobre os gentios se derramara o dom do Espírito Santo" (At 10,45). O Espírito Santo é, pois, o artífice da unidade dos homens, porque sua ação ultrapassa os limites de Igreja institucional”(26).
Os dons do Espírito Santo são sete, segundo a habitual recensão dos teólogos: sabedoria, entendimento, ciência, conselho, fortaleza, piedade, temor de Deus(27). A Tradição cristã costuma enunciar sete dons do Espírito, baseando-se no texto de Is 11,1-3, que é a profecia da vinda do salvador, o messias:
“Do tronco de Jessé sairá um ramo, um broto nascerá de suas raízes. Sobre ele pousará o espírito de Javé: espírito de sabedoria e inteligência, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor de Javé. A sua inspiração estará no temor de Javé. Ele não julgará pelas aparências, nem dará a sentença só por ouvir”.
O dom da ciência leva o homem a compreender, de um lado, o vestígio de Deus que há em cada ser criado, e, de outro lado, a exigüidade ou insuficiência de cada qual.
O dom do entendimento faz ver melhor a santidade de Deus, a infinidade do seu amor, o significado dos seus apelos e também a pobreza, não raro mesquinha, da criatura que se compraz em si mesma, em vez de aderir corajosamente ao Criador.
O dom da sabedoria não realiza a síntese dos conhecimentos da fé em termos meramente intelectuais. Ele oferece um conhecimento sápido ou saboroso da verdade.
Existe um dom do Espírito Santo, chamado “dom do conselho”. Este permite ao cristão tomar as decisões oportunas sem a fadiga e a insegurança que muitas vezes caracterizam as deliberações da virtude da prudência. A criatura, limitada como é, nem sempre consegue conhecer adequadamente o momento presente, menos ainda é capaz de prever o futuro e ainda sente dificuldade em aplicar os conhecimentos do passado à compreensão do presente e ao planejamento do futuro. É preciso, pois, que o Espírito Santo, em seu divino estilo, lhe inspire a correta maneira de agir no momento oportuno e exatamente nos termos devidos.
Ora há um dom do Espírito que orienta divinamente todas as relações que temos com Deus e com o próximo, tornando as mais profundas e perfeitas: é precisamente o dom da piedade.
Pelo dom da fortaleza, o Espírito impele o cristão não apenas àquilo que as forças humanas podem alcançar, mas também àquilo que a força de Deus atinge. É essa força de Deus que pode transformar os obstáculos em meios; é ela que assegura tranqüilidade e paz mesmo nas horas mais tormentosas.
O dom do temor de Deus se prende inseparavelmente à virtude da humildade. Esta nos faz conhecer nossa miséria; impede a presunção e a vã glória, e assim nos torna conscientes de que podemos ofender a Deus; daí surge o santo temor de Deus.
Para se beneficiar da ação do Espírito Santo, o ser humano deve dispor-se de duas maneiras principais:

a) cultivando o amor, pois é o amor que propicia afinidade com Deus e, por conseguinte, torna uma pessoa apta a ser movida pelo Espírito de Deus;

b) procurando jamais dizer um Não consciente e voluntário às inspirações do Espírito. Quem se acostuma a viver assim, cresce mais velozmente em direção da perfeição espiritual e se aproxima do modelo de Cristo Jesus.

4.2 A DIMENSÃO FEMININA DO ESPÍRITO SANTO

A palavra Espírito é feminina e sempre tem a ver com uma função materna e processos ligados à vida e à proteção da vida. No Antigo Testamento, o Espírito é como a Sabedoria, amada apresentada como esposa e mãe. “A lei irá ao seu encontro como mãe, e o acolherá como jovem esposa” (Eclo 15, 2), é às vezes identificada como Espírito: “Quem poderá conhecer o teu projeto, se tu não lhe deres sabedoria, enviando do alto o teu espírito santo?” (Sb 9, 17)
Em S. João, o Espírito é apresentado de tal forma que nos recorda traços tipicamente femininos. Ele nos consola como Paráclito, exorta e ensina (Jo 14, 26; 16, 13), não nos deixa ficar órfãos (Jo 14, 18). Segundo Paulo, o Espírito assume a função de mãe e nos ensina a balbuciar o nome verdadeiro de Deus Abba (Rm 8, 15)(28).
Um teólogo sírio, Macário (†334), diz: “O Espírito é nossa mãe porque o Paráclito, o Consolador, está pronto a nos consolar como uma mãe ao seu filho (Is 61, 13) e porque os fiés são renascidos do Espírito e são assim os filhos da Mãe misteriosa, o Espírito (Jo 3, 3-5)(29).
Já consideramos na primeira parte, Deus como Pai e Mãe, a Causa Original invisível de todas as características e funções masculinas e femininas criadas e manifestadas no mundo visível, então o Espírito Santo corresponda ao aspecto feminino em Deus: Deus Mãe. Em Deus, o Pai e a Mãe são um conjunto, não são duas entidades ou Pessoas separadas.

4.3 O ESPÍRITO SANTO E O RENASCIMENTO

Jesus disse a Nicodemos, que aquele que não nasce de novo, não pode ver o Reino de Deus (Jo 3, 3). Significa que somos descendentes de pais decaídos, nascidos com o pecado original, já que os primeiros pais da humanidade foram expulsos do Reino de Deus, o homem decaído deve nascer novamente como filhos sem pecado original.
Seria impossível a maus pais, com pecado original, dar nascimento a filhos do bem, sem pecado original. Naturalmente, não podemos encontrar pais do bem entre os homens decaídos. Tais pais devem “descer” do Céu. É por isso que a Bíblia diz que Jesus é o segundo Adão ou “o último Adão tornou-se espírito que dá a vida” (I Co 15, 45). Jesus veio como pai eterno (Is 9, 6) para fazer renascer os homens decaídos como filhos do bem, sem pecado original. “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo por sua grande misericórdia. Ressuscitando a Jesus Cristo dos mortos, ele nos fez renascer para uma esperança viva” (I Pe 1, 3).
Contudo, um pai sozinho não pode ter filhos. Deve haver uma Verdadeira Mãe com o Verdadeiro Pai, a fim de darem renascimento aos filhos decaídos como filhos do bem. Ela é o Espírito Santo. É por isso que Jesus disse a Nicodemos: “...ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nasce da água e do Espírito” (Jo 3, 5). Assim, o Espírito Santo é o espírito feminino atuando como Mãe, e Jesus sendo masculino, está trabalhando como Pai.
Uma criança nasce por meio do amor de seus pais. Quando chegamos a crer em Jesus como Salvador por meio da inspiração do Espírito Santo, recebemos o amor dos Verdadeiros Pais espirituais. Então, por meio deste amor, uma nova vida é infundida naqueles que crêem em Cristo, e cada um renasce em um novo eu espiritual. Isto se chama “renascimento espiritual”(30).

4.4 O ESPÍRITO SANTO, OS SANTOS E OS ANJOS

Além do Espírito Santo de Deus, Pai e Mãe e do Filho Jesus, exista uma multidão de bons espíritos dos Santos, antepassados e anjos tentando de guiar e influenciar a vida dos homens na terra. Um exemplo disso é o fenômeno da pentecoste onde um grupo de pessoas de repente começou a falar idiomas estrangeiros. (At 2, 11) Os primeiros cristãos receberam assistência dos espíritos desencarnados trabalhando para realizar a providência divina, quando o Espírito Santo precisa de uma forma ou instrumento, Ele utiliza ou trabalha por intermédio de um espírito humano desencarnado ou um anjo. A palavra “Espírito Santo” está sendo usada para relatar numerosos acontecimentos ao longo da história da providência divina da salvação, incluindo a participação de santos, sábios, bons antepassados e anjos.
Podemos encontrar na obra de Swedenborg(31) explicações detalhadas sobre o mundo dos espíritos e dos anjos. Deus usa os anjos e os espíritos como intermediários para guiar os seres humanos dentro do plano divino, as pessoas que são chamadas, que vêem visões ou ouçam vozes não sabem distinguir o mensageiro, elas acreditam que Ele é o Espírito Santo. O Senhor falou com os profetas e revelou e ditou a Sua Palavra através de espíritos mandados por Ele, o espírito é como um instrumento, depois da conversação ele percebe que ele não está falando sua própria palavra, mas a palavra do Senhor. Mesmo os espíritos chamam a se-mesmo “Jeová” nas mensagens dos profetas, nas Escrituras Sagradas.


5 - AS QUESTÕES A SEREM RESOLVIDAS

Leonardo Boff revela três preocupações básicas: simplificar a confusão de controvérsias e heresias históricas, privilegiar as interpretações no contexto de dominação dos países pobres e manter a consciência da limitação humana diante do mistério(32). Além das dificuldades encontradas entre as igrejas cristãs, o conceito da Trindade criou uma contradição e uma divisão com as outras religiões monoteístas:
“O cristianismo fez-se herdeiro da grande tradição judaica que foi também a de Jesus. A afirmação axial do Antigo Testamento e do judaísmo histórico reside na profissão de fé de que Javé é um só e único Deus. Esta proclamação foi sempre selada com o sangue dos mártires.
Como então sustentar uma tríade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo ao lado com esta
unicidade divina?”(33)
Há um problema ainda maior com os seguidores da fé muçulmana que representam mais de um bilhão ou quase 25% da população mundial, e é a religião que mais cresce atualmente no mundo segundo o último censo Mundial realizado pela ONU. O conceito de Deus Trindade é um obstáculo para aproximação com o islamismo que acredita firmamento no Deus único: "Dize: Ele é Deus, único! Deus o Absoluto. Jamais gerou ou foi gerado. E ninguém é comparável a Ele" (Alcorão Sagrado 112:1-4). Do ponto de vista muçulmano:

“A doutrina da Trindade foi desenvolvida em conseqüência da divinização de duas criaturas, Jesus e o misterioso Espírito Santo, e a associação deles com Deus, como seus parceiros na Divindade ou Figura Divina. Tal como é explicada na literatura cristã, ela (a Trindade) representa a personificação separadamente de três atributos de Deus.”(34)

As Escrituras do Antigo Testamento afirmam conscientemente o monoteísmo divino(35), Jesus, nem os autores do Novo Testamento ensinaram a respeito da doutrina da Trindade que foi elaborada e sistematizada resultando do esforço humano(36) de interpretar a natureza de Jesus na luz das Escrituras, da Tradição dos Apóstolos, das práticas sacramentais e dos ensinamentos dos Santos pioneiros do cristianismo.
O desenvolvimento da doutrina mobilizou gerações de pensadores cristãos e eminentes teólogos que criaram palavras-chave técnicas, linguagem e conceitos para tentar denominar o que se distingue e o que é idêntico em Deus. Esta situação engendrou lutas, conflitos e confusão entre as numerosas formas de pensar e de expressar palavras associadas a língua latina, grega e hebraica(37).
A introdução da palavra Filioque dentro do Credo foi uma das razões da ruptura entre as igrejas do Ocidente e do Oriente em 1054, o legado papal Humberto depositou sobre o altar da Santa Sofia em Bizâncio seu documento acusando os gregos de haverem suprimido o Filioque do Credo!(38)
Hoje em dia os teólogos tem uma tarefa urgente de esclarecer a doutrina da Santíssima Trindade para impedir os conflitos entre as civilizações do Ocidente e do mundo muçulmano, um caminho seria de privilegiar as interpretações que aproximam todas as igrejas cristãs em uma grande igreja universal “católica” ou “ecumênica” aonde todos os cristãos, como uma grande família, superam as diferenças de crenças, doutrinas, rituais e liturgias através de uma capacidade de amar, respeitar além das diferenças. Ao mesmo tempo em que todos os cristãos se reconciliam, pedindo perdão mutuamente um ao outro para os erros do passado, o grupo representando o cristianismo harmonizado promove a aproximação e a cooperação com o islamismo e o judaísmo. Desta forma a Terra Santa terá paz para as três grandes religiões monoteístas descendentes do mesmo pai Abraão.
O professor de teologia L. Boff que escreveu mais de 50 livros na área de teologia confessa que não tem respostas: “o mistério da SS. Trindade é o mais radical e absoluto da fé cristã...Enquanto é mistério permanecerá sempre como o Desconhecido em todo o conhecimento, pois o mistério é o próprio Pai, o próprio Filho e o próprio Espírito Santo. E o mistério durará eternamente”(39).
Será que o bondoso Pai Celestial não tem vontade de revelar-se para seus filhos? Com certeza com a plenitude do tempo, Deus inspirará uma nova teologia para resolver as questões da natureza de Jesus Cristo que durante os últimos 2000 anos causou divisões, contradições e confusões na vida dos líderes espirituais. O conhecimento vem da cognição e, hoje o homem não pode ter cognição de coisa alguma, que não tenha lógica e nem prova científica. Para compreender alguma coisa, primeiro deve haver cognição. Assim, a verdade interna também requer prova lógica.
A nova teologia oferece um raciocínio lógico da seguinte forma: A finalidade da vinda de Jesus como Messias era realizar a salvação. Devemos entender porque o homem necessita de salvação, e o que é salvação. A salvação se tornou necessária por causa da queda humana. Então devemos compreender o que aconteceu na queda humana. Por que Adão e Eva caíram? Qual foi o pecado dos primeiros antepassados humanos?
Já que a "Queda" significa que o plano original da criação de Deus não foi realizado, então devemos primeiro elucidar qual é a finalidade da criação e o significado da vida. Por que Deus nos criou? Devemos conhecer o valor do homem original recebido na criação.

5.1 O VALOR DE UMA PESSOA QUE REALIZOU A FINALIDADE DA CRIAÇÃO

Vamos examinar o valor de Adão aperfeiçoado, caso ele não tivesse caído(40). Qual seria a relação entre Deus e o Adão aperfeiçoado?
Se Adão tivesse alcançado o objetivo da criação sem cair, ele se tornaria o templo de Deus, segundo São Paulo: "Vocês não sabem que são o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?" (I Cor 3, 16) Jesus falou deste estado de perfeição, dizendo: "Sejam perfeitos como é perfeito é o Pai de vocês que está no céu”.(Mt 5, 48) Neste sentido podemos ver que uma pessoa que realizou a finalidade da criação adquire um valor divino semelhante ao de Deus.

5.2 QUEM ERA JESUS?

A história humana pode ser encarada sob o ponto de vista da salvação e da providência da restauração do que foi perdido no momento da queda no Jardim do Éden, e o objetivo é a realização do Reino do Céu na terra.

a) O Adão aperfeiçoado e Jesus como a Restauração da Árvore da Vida
A Árvore da Vida que foi perdida no Jardim do Éden (Gn 3, 24) será restaurada nos Últimos Dias. (Ap 22, 14) Podemos conhecer o relacionamento entre Jesus e Adão aperfeiçoado compreendendo o relacionamento entre a Árvore da Vida do Jardim do Éden (Gn 2, 9) e a Árvore da Vida que deve ser restaurada no fim dos tempos. (Ap 22, 14)
Se Adão tivesse chegado a atingir o ideal da criação, ele teria se tornado a Árvore da Vida (Gn 2.9). Contudo, Adão caiu e foi expulso do Jardim do Éden (Gn 3, 24) sem atingir a Árvore da Vida, e a partir de então tem sido a esperança dos homens decaídos restaurar-se à esta Árvore da Vida (Pv 13, 12, Ap 22, 14).
Visto que o homem decaído jamais pode restaurar-se como Árvore da Vida por seu próprio poder, é necessário que um homem que tenha completado o ideal da criação venha como uma árvore de vida e enxerte em si todas as pessoas. Jesus é esta árvore da vida mencionada na Bíblia no Livro do Apocalipse.
Por isso Adão aperfeiçoado, simbolizado pela Árvore da Vida no Jardim do Éden, e Jesus, que é também comparado com a Árvore da Vida no Apocalipse, são idênticos, do ponto de vista de que são homens que atingiram o ideal da criação.
Por isso, São Paulo chamou Jesus Cristo de "último Adão" (I Cor 15, 45) que deve vir de novo à Terra como a Árvore da vida nos Últimos Dias.

b) Jesus e os Homens que Alcançaram a Finalidade da Criação

São Paulo escreveu em I Timóteo 2, 5: "Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os Homens, o homem Jesus Cristo".
E em Romanos 5, 19: "Assim como, pela desobediência de um só homem [Adão], todos se tornaram pecadores, do mesmo modo, pela obediência de um só homem [Jesus], todos se tornarão justos".
E também I Coríntios 15, 21: "De fato, já que a morte veio a través de um homem [Adão], também por um homem [Jesus] vem a ressurreição dos mortos”.
A Bíblia disse também em Atos 17, 31, no discurso de São Paulo em Atenas: "Pois ele estabeleceu um dia em que irá julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que designou e creditou diante de todos, ressuscitando-o dos mortos”.
Por maior que seja o valor de Jesus, ele não pôde assumir um valor maior do que o de um homem que atingiu a finalidade da criação. Por isso, não podemos negar que Jesus foi um homem que alcançou a finalidade da criação.
Como já foi comentado, os homens devem ser perfeitos como Deus é perfeito e Jesus é verdadeiramente um homem aperfeiçoado, tão valioso que possui deidade, um valor único, sendo senhor de toda a criação e é um só corpo com Deus(41).

c) Jesus é o Próprio Deus?

Quando Filipe pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai [Deus], Jesus disse-lhe: "Quem me viu, viu o Pai; como é que vocês diz: Mostra-nos o Pai? Vocês não acredita que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?. (Jo 14, 9-10) Também diz a Bíblia: "O Palavra estava no mundo, o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a conheceu”.(Jo 1, 10) Jesus também disse: "Eu garanto a vocês: antes que Abraão existisse, Eu sou" . (Jo 8, 58)
Baseados nestes versículos, muitos cristãos acreditam que Jesus é o próprio Deus, o Criador.
É verdade que aquele que vê Jesus, vê Deus; mas ele não disse que era o próprio Deus. Jesus, sendo um só corpo com Deus, pode ser chamado de segundo Deus ou imagem de Deus, mas não pode ser o próprio Deus.
Está escrito que Jesus é o Verbo feito carne, ou seja encarnação da "Palavra". Está escrito também que todas as coisas foram feitas através dele. Baseada nessas citações, Jesus vem sendo chamado de Criador.
Segundo o Princípio da Criação, o universo criado é o desenvolvimento substancial da natureza interna e da forma externa de um ser humano de caráter perfeito. Jesus, como um homem que cumpriu a finalidade da criação está na posição de ter restaurado todas as coisas, logo, estes versículos de São João não significam que Jesus era o próprio criador(42).
Como Jesus pode dizer: "Antes que Abraão existisse, eu sou", Jesus era descendente de Abraão, mas em relação à providência da restauração, ele dá renascimento a toda a humanidade, ele veio como o novo antepassado de todos incluindo Abraão. Jesus, na Terra, não foi um homem diferente de nós, externamente, exceto pelo fato de ser sem pecado original(43).
Em Romanos 8, 34 está escrito que Jesus intercede por nós, se ele fosse o próprio Deus, como poderia interceder por nós perante si mesmo? Além disso ele chamava Deus "Pai", reconhecendo assim que ele não era o próprio Deus (Jo 17, 1). Se Jesus fosse o próprio Deus, como poderia ser tentado por Satanás? Finalmente quando lemos as palavras que ele disse na cruz: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mt 27, 46) fica bem claro que Jesus não é o próprio Deus.

d) Qual era a relação entre Jesus e Deus?

A primeira comunidade cristã era composta de judeus que aceitaram Jesus como o Messias de Israel, e eles nunca pensaram que Jesus era Deus. Eles entenderam o conceito de "Filho de Deus", no sentido de um relacionamento intimo entre Jesus com seu Pai celestial(44). A nação de Israel era chamada "meu filho" por Deus (Ex 4, 22; Os 11, 1). O rei Davi também (2 Sm 7, 14; Sl 2, 7).
Para os primeiros cristãos, Jesus não era Filho de Deus porque seu nascimento era um "milagre", mas porque ele foi especialmente eleito desde o batismo, o Espírito Santo desceu sobre ele e que Deus declarou, como no tempo de Davi: "Tu és meu Filho". (Sl 2, 7).
O título de "Filho de Deus" era equivalente a Messias, que não era suposta a ser uma personalidade sobrenatural, mas simplesmente um homem escolhido por Deus e dotado por Ele de um poder particular(45).
Então, como apareceu a crença da conceição virginal de Jesus? Como foi a mudança de conceito de Jesus eleito ao conceito de Jesus concebido Filho de Deus? Esta crença não está mencionada nas cartas de São Paulo, os mais antigos textos do Novo testamento. Está escrito assim: "com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade..." (Ro 1, 3-4) A conceição virginal de Jesus não aparece também no evangelho de São Marco, o mais antigo dos quatro, nem no evangelho de São João. Há possibilidade de que está crença foi introduzida mais tarde nos evangelhos de Mateus e Lucas segundo Boers(46). A idéia da conceição milagrosa está presente em outras fontes pagãs, judias e nos manuscritos do Mar Morto, na Antigüidade grega, egípcia e romana. A paternidade divina era atribuída para os grandes personagens da história. Naturalmente, a expressão Filho de Deus perdeu o sentido judeu de "abençoado por Deus" e se tornou sinônimo de "concebido diretamente por Deus", então a partir de "Filho de Deus", Jesus se tornou "Deus o Filho", a segunda pessoa da Santa Trindade, preexistente eternamente na criação(47).


CONCLUSÃO

Devido à falta de fé do povo judeu a aceitar Jesus como Messias, o cristianismo foi levado para outros povos, “os gentios” de várias culturas. Os missionários cristãos desenvolveram interpretações adaptadas para cada situação. A grande preocupação dos líderes de comunidades era de defender a doutrina cristã contra as outras formas de pensamentos considerados como heresias. São Paulo escreveu as Cartas e depois os Evangelhos foram escritos pelas comunidades muitos anos após a morte de Jesus. Então o Novo Testamento contém poucos ensinamentos que saíram da boca de Jesus, mas da ênfase nas doutrinas das comunidades que interpretaram a fé dentro do contexto daquela época.
Os grandes teólogos desenvolveram a doutrina na tentativa de resolver as questões teológicas que surgiram a respeito da natureza humana ou divina de Jesus. Foram muitos anos de disputas dependendo da ênfase: Jesus Cristo o Filho, é Deus Pai o Criador ou um ser humano subordinado a Deus?
O polêmico Concilio de Nicéia, no século 4, afirmou o dogma da Trindade – o Pai, o Filho e o Espírito Santo – em um só Deus. Até hoje, milhões de cristãos no mundo inteiro reafirmam sua fé com base do Credo Apostólico, que é uma versão adaptada do Credo Niceno.
Com a plenitude dos tempos, o desenvolvimento do conhecimento cientifico, do raciocínio intelectual, do intercambio das experiências religiosas e espirituais podemos reavaliar as interpretações e os fundamentos considerados durantes muitos séculos como intangíveis.
Deus Pai de toda a humanidade, revelado no Universo criado e ao longo da História humana, é a base do número três encontrado na natureza e nas Escrituras Sagradas. O relacionamento entre Deus e a humanidade que foi perdido desde Adão e Eva está sendo restaurado. No Antigo Testamento, Deus era percebido muito distante como um Mestre longe de seus servos. Jesus revelou Deus como Pai. As ultimas revelações mostram, Nosso Pai Celestial, aflito, sofrendo da dor da separação de seus filhos caídos no pecado. Apesar de ser todo-poderoso, Ele não pode mudar o coração dos seres humanos pela força, somente pelo amor.
A Vontade de Deus era realizar uma Trindade Original centralizada no Amor Verdadeiro: Deus Pai, Adão Filho e Eva Filha. A Queda quebrou este plano, Deus trabalhou o longo da história do Antigo Testamento para preparar a vinda do Messias, o segundo Adão. Jesus nasceu como Filho de Deus, Cristo e Messias ele tentou estabelecer o Reino de Deus na Terra, mas foi rejeitado pelo seu próprio povo. Jesus Cristo (o Filho) ressuscitado e o Espírito Santo formaram uma Trindade Espiritual com o Pai, dando renascimento a todas os crentes que aceitam e acreditam em Jesus.
Jesus Cristo, Filho de Deus, nasceu depois de muitas gerações de preparação, sem pecado, como o Novo Adão, Arvore da Vida, passou por muitas dificuldades na sua infância. O profeta João, preparado por Deus para abrir o caminho e servir o Messias, duvidou que Jesus era aquele Salvador esperado. Jesus perdeu a credibilidade diante das autoridades, tornou-se excluído, passou por um impostor e foi condenado a morrer crucificado. Jesus ressuscitado iniciou o cristianismo com a cooperação do Espírito Santo. O plano de Deus era que Jesus se tornasse o sucessor do trono de Davi e estabelecesse o Reino de Deus começando pela nação escolhida de Israel.
O Espírito Santo, o Consolador representa o aspecto feminino ou mãe, de Deus. Ele atua diretamente ou através de anjos, os Santos ou os bons antepassados de acordo com as necessidades providenciais da vontade de Deus. Ele direcionou Maria no momento da Conceição de Jesus, se manifestou no Batismo e na Pentecoste.
O esclarecimento do Mistério da Santíssima Trindade é uma tarefa urgente para a reconciliação de todos os cristãos e para que o mundo inteiro acredita em Deus e assim realize o desejo de Jesus em Jo 17, 21: “para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste”.
As controvérsias teológicas seguindo a imposição do dogma de Nicéia alimentaram o desenvolvimento do Islã. Mais tarde a briga a respeito da palavra “Filioque” foi uma das causas do grande Cismo de 1054. A confusão das doutrinas também alimentou a Reforma de Lutero, que provocou a segunda grande divisão do cristianismo no século XVI.
As novas descobertas teológicas do século XX, assim que o desenvolvimento dos fenômenos espirituais revelando os segredos da Sagrada Escritura oferecem uma grande oportunidade de esclarecer o grande Mistério Cristão da Santíssima Trindade.


Notas:

[1] Veja Anexe a nova teologia do Rev. Moon: O Fundamento para receber o Messias é
baseado no seguinte princípio: Adão falhou a obedecer ou acreditar ao
mandamento ou Palavra de Deus, então certas condições devem ser estabelecidas
para restaurar o estado original que é o “Fundamento de Fé”, e ele não realizou
a substância ou a encarnação da Palavra, isto é chamado de “Fundamento de
Substância” que é “a condição para eliminar a natureza decaída” herdada da
queda baseada neste dois fundamentos que foram estabelecidos nas famílias
providenciais como foi descrito acima e depois no nível nacional de Israel, o
Messias podia nascer.
[2] BRIGHT, John. História de Israel. p. 499
[3] CAIRNS, Earle. O Cristianismo através dos Séculos. p. 31-34
[4] WEATHERHEAD, L. The Christian Agnostic. p. 59-63
[5] Catecismo da Igreja Católica N° 494
[6] Veja anexe a nova interpretação do Rev. MOON, S. M. The Life and Mission of
Jesus Christ. p 12
[7] Idem - p. 17
[8] Veja o anexo a nova teologia do Rev. MOON, S. M. - The Life and Mission of
Jesus - p. 26
[9] Veja acima 2.1- d)
[10] Catecismo da Igreja Católica Nº539
[11] SOBRINO, J., Jesus e o Reino de Deus. p. 137
[12] FUNK, R., The Five Gospels: The search for the Authentics Words of Jesus.
Tradução de: God’s Imperial rule.
[13] GUYENOT, L., Le Roi sans Prophéte. p. 55
[14] Idem, p. 58
[15] Veja o anexo da nova teologia MOON, S. M. - Princípio Divino - p. 111
[16] Versão Revista e Corrigida de João Ferreira de Almeida.
[17] Veja o anexo a nova teologia do Princípio Divino do Rev. MOON, Idem p. 112
[18] GUYENOT, idem p. 72
[19] Veja o anexo da nova teologia do Rev. MOON. Princípio Divino. p. 127
[20] BOISMARD, M.-E., “Faut-il encore parler de résurrection?”
[21] Veja o anexo MOON, S. M. Princípio Divino. p. 268
[22] BOFF, Leonardo. A Trindade e a Sociedade. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 231-240
[23] Catecismo da Igreja Católica Nº703.
[24] Veja a Gaudium et Spec Nº 26
[25] BOFF, Leonardo. A Trindade e a Sociedade. Petrópolis: Vozes, 1999 idem p. 235
[26] PAPROCKI, Henryk. A Promessa do Pai. A Experiência do Espírito Santo na Igreja
Ortodoxa. Cap. 9. Nota 56-62-82
[27] BETTENCOURT, D. Estevão. Os 7 Dons do Espírito Santo. Revista “PERGUNTE E
RESPONDEREMOS”. nº. 479, Ano 2002, Pág. 163.
[28] BOFF, Leonardo. A Trindade e a Sociedade. Petrópolis: Vozes, 1999. p. 240
[29] MOLTMANN, E. J., Dieu, homme et femme. Paris 1984, 120.
[30] Veja o anexo da nova teologia Princípio Divino. P. 161
[31] SWEDENBORG, E. Heaven and Hell. New York, 1990. p.178-180
[32] BOFF, Leonardo. A Trindade e a Sociedade. Petrópolis: Vozes, 1999. Na capa.
[33] Idem p. 29
[34] A voz muçulmana na Internet. Disponível em: /trindades.htm> Acesso em 12 fev.2006
[35] BOFF, Leonardo. A Trindade e a Sociedade. Petrópolis: Vozes, 1999. p.58
[36] idem p. 40
[37] idem p. 80-84
[38] idem p. 95
[39] idem p. 283-284
[40] Veja o anexo da nova teologia do Rev MOON, S. M. "Princípio Divino" p. 154
[41] idem nova teologia do Princípio Divino p. 156
[42] Idem, p. 157
[43] Idem, p. 158
[44] GUYÉNOT, L. "Le Roi sans Prophète" p. 41
[45] GUYÉNOT, L. Op. Cit., p. 43
[46] Idem, p. 44
[47] Idem, p. 45


REFERÊNCIAS

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BETTENCOURT, D. Estevão. Os 7 Dons do Espírito Santo. São Paulo: Editora
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