Friday, November 12, 2010

MIDRASH E PENSAMENTO JUDAICO

MIDRASH E PENSAMENTO JUDAICO

Trabalho apresentado segundo as exigências

Do Curso Básico de Teologia Judaico-Messiânico à Distância sob a orientação do Professor Matheus Z. Guimarães.

Ministério Ensinando de Sião – Brasil - 2010

Midrash e Pensamento Judaico

A Midrash é uma palavra hebraica conhecida na linguagem acadêmica como hermenêutica, que significa a maneira de interpretar os textos ou como entender as Escrituras ou a Bíblia.

Antigamente a Torá ficava dentro do Templo e somente os sacerdotes e os levitas podiam estudá-la e ensiná-la. Se alguém quisesse saber a vontade de D’us, iria até o profeta ou sacerdote e perguntaria a ele.

Os Fariseus, no 2º século antes de Yeshua, causaram uma revolução, dizendo que a Bíblia era para todos.

Todos os textos podem ser entendidos de várias formas. Existem quatro maneiras principais de entender um texto:

1. O entendimento superficial ou literal, em hebraico “Peshat”.

2. Interpretação entre as linhas do texto, que é um significado mais profundo, em hebraico “Remez”.

3. O “Drash” que significa “associação” ou “comparação”, pesquisar um significado em conexão entre dois textos.

4. O significado secreto escondido ou misterioso, que pode ser compreendido mediante o conhecimento do autor ou do assunto. Em hebraico “Sod”.

A primeira letra dos quatro nomes forma a expressão PaRDeS, que em hebraico

significa “Paraíso”. Aqui está a base da hermenêutica judaica.

É importante entender que os textos bíblicos foram escritos por judeus e que

devemos lê-los através dos olhos do povo judeu, através do contexto histórico e do idioma original no qual eles foram escritos.

O texto do Novo Testamento está em grego, mas com sentido hebraico, pois

foi escrito por pessoas que não eram gregas que na verdade falavam hebraico.

A tradição evangélica diz que a os textos da Bíblia foram ditados por D’us, Mas não existe nenhum dos textos originais “ditado”. A visão judaica de inspiração é que temos relatos dos eventos inspiradores, que através de testemunhas que viram o que aconteceu, foram escritos.

Temos o exemple dos três evangelhos sinópticos que contam a mesma coisa de pontos de vistas diferentes. Também temos diferenças no texto dos Dez Mandamentos que D’us ditou para Moisés, em Êxodo 20: 8 e em Deuteronônio 5:12, devemos “lembrar” ou “guardar” o Shabat.

A verdade além de relatar os Fatos, contém também as emoções e sentimentos; a definição judaica de Inspiração são relatos dos fatos do que D’us operou.

Na verdade, não há erros no texto, não podemos pegar somente o entendimento superficial, D’us nos dá sinais para que pudéssemos pensar mais profundamente.

Os textos do Tanach tem três famílias de Escritos que sobreviveram:

1. Os textos Massoréticos, textos em hebraico antigo, escritos de 500 até 1000 d.C. 2. A Septuaginta, que é uma tradução do Tanach em grego, feita no século III a. C. 3. Os Pergaminhos do Mar Morto, descobertos em 1947.

Os textos originais não tinham vogais, que surgirem no século VII d.C., então a

palavra Edom (Amos 9:12) citada por Tiago em Atos 15: 18, é parecida com Adam (Gentios).

Existem dois tipos de Midrashim:

1. Midrash Hagadá: extrair um ensinamento do texto ou da história.

2. Midrash Halachá: extrair uma lei do texto e como você deve se conduzir de

acordo com a Torá.

Tiago fez uma Midrash Halachá, (conduta) para que os gentios fizessem o mínimo

da Lei, que corresponde aos quatro mandamentos conhecidos como Leis Noéticas.

Podemos aprender dos exemplos dos crentes da Igreja do primeiro século sobre o

dízimo, as reuniões, os cultos, a Santa Ceia, o salário do pastor, o louvor e adoração.

Midrash é a busca por respostas que os textos não trazem diretamente.

As cartas de Paulo são dividas em duas partes. A primeira é teológica e a segunda é relativa a assuntos práticos.

Princípios da lógica para fazer-se a Midrash

1. Do menor para o maior (Kal Vachômer)

Precisamos entender que há diferentes níveis de pecado, sendo uns mais graves que

outros, e cada pecado tem a sua própria punição. Também há mandamentos maiores que outros. (Mateus 5: 19)

2. Comparação de expressões similares (Guezerá Shavá)

Esse tipo de Midrash só pode ser feito em Hebraico e não em outro idioma. Exemplo: Mateus 1:21 “Seu nome será YESHUA (ישוע - significa salvar) porque ele

SALVARÁ (ישועה – significa salvação) o Seu povo dos seus pecados”. As duas palavras são muito parecidas em hebraico.

3. Chekesh – significa “comparação”

Em Mateus 5: 27, 28; Yeshua tomou o mandamento de não cometer adultério,

chocou-o com o verso do Números 15: 39, que fala que o homem anda adulterando com o coração ou com os olhos, e diz que a pessoa comete adultério também quando deseja com os olhos e com o coração.

Muitos cristãos pensam que Yeshua anulou a Torá, porque dizia: “Ouvistes o que foi dito, mas eu vos digo...” Yeshua estava usando a Torá através do Chekesh, chocou os dois versículos e chegou a uma conclusão que não contradiz os versos envolvidos.

4. Principio e Detalhes (Kelal Urefat)

O verso Gálatas 5: 18, é o Princípio, ou seja, se você estiver sendo guiado pelo

Espírito, não precisa da Torá, pois estará fazendo a vontade de D’ us. Os versos 19 – 2 1 são os detalhes.

5. Detalhe e Princípios (Prat Uchlal)

Primeiro vêm os detalhes, Êxodo 22: 9 – 10, e depois o princípio verso 11.

6. Princípio e detalhes e princípio novamente (Klal Ufrat Uchlal)

Por exemplo, o Princípio Levítico 17:10, os detalhes 11- 13, e o princípio

verso 14 novamente.

O que significa estar “debaixo da lei?”?

É do versículo Êxodo 23:5 que Paulo tirou esta expressão. Através da cruz, nos

livramos do peso da Lei e das maldiçoes.

Qual é o nome do Rei Messias? “Homem de Guerra” Êxodo 15:3; “O Senhor Justiça Nossa” Jeremias 23:6

O termo Espírito Santo surgiu numa época quando os judeus não falavam mais o nome de D’ us, em outras palavras, Espírito Santo e o Espírito de D’ us!

Yeshua e D’ us? Paulo diz: ”Nele habita corporalmente toda a plenitude de D’ us” Colossenses 2:9

O termo grego “Cristão” tornou-se confuso no mundo judaico e muçulmano, usamos a palavra hebraica “Messiânico”.

Yeshua é nossa fortaleza (Isaias 52:1)

O mais importante é restaurar a Igreja à forma que ela possuía no primeiro século.



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