Saturday, January 22, 2011

CAIM E ABEL (Gn 4)

CAIM E ABEL

Gênesis 4: 3 - 5 - Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao

Senhor. 4 Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, 5 mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.

Devido à sua descrença, Adão perdeu a Palavra de Deus, a qual lhe havia sido dada a fim de que ele cumprisse a condição necessária para estabelecer o fundamento de fé. Entretanto, Adão caiu para uma posição onde, por longo tempo, não poderia receber a Palavra de Deus diretamente. Conseqüentemente, para restaurar o fundamento de fé, Adão teve de oferecer de maneira fiel e aceitável para Deus alguns objetos condicionais, em substituição da Palavra de Deus. Para a família de Adão este objeto era a oferta de um sacrifício.

Todavia, não há nenhum registro bíblico onde encontremos Adão oferecendo um sacrifício. Em vez dele, seus filhos Caim e Abel o fizeram. Qual foi a razão para isso?

Deus adotou o curso de dividir simbolicamente Adão, que incorporava o bem e o mal, em duas partes: uma representando o bem, e outra representando o mal — um acordo alinhado com o Princípio. Por esta razão, Deus deu dois filhos a Adão, representando o bem e mal, e estabeleceu-os em posições onde cada um trataria somente com um senhor, Deus ou satanás. Depois de feito este acordo, Deus pediu aos dois filhos de Adão para oferecerem sacrifícios separadamente.

Caim e Abel eram filhos de Adão. Qual deles representava o bem e se relacionava com Deus, e qual representava o mal e interagia com satanás? Caim e Abel eram, ambos, frutos da Queda de Eva; portanto, suas posições relativas foram determinadas de acordo com este fato. A Queda de Eva consumou-se através de dois relacionamentos distintos de amor ilícito. O primeiro foi a Queda espiritual através de seu ato de amor com o arcanjo. O segundo foi a Queda física através de seu ato de amor com Adão. Certamente, os dois relacionamentos foram atos decaídos. Contudo, entre os dois, o segundo ato de amor estava mais alinhado com o Princípio e era mais perdoável do que o primeiro. O primeiro ato decaído de Eva foi motivado por seu excessivo desejo de desfrutar daquilo que ainda não era o momento de desfrutar, e ter seus olhos abertos, como Deus[1]. Este desejo conduziu-a a consumar um relacionamento de amor sexual fora do Princípio com o arcanjo. Em comparação, o segundo ato decaído de Eva foi motivado por seu ardente desejo de retornar para o seio de Deus após ela ter compreendido que seu primeiro ato decaído tinha sido ilícito. Este desejo conduziu-a a consumar um relacionamento com Adão, seu futuro esposo, de acordo com o Princípio, mesmo ainda não permitido por Deus[2].

Por que Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou a de Caim? Deus aceitou a oferta de Abel porque ele estava em um relacionamento mais próximo de Deus e fez a oferta de maneira aceitável a Ele[3]. Desse modo, Abel estabeleceu com sucesso o fundamento de fé na família de Adão. Ele é o exemplo de como um homem decaído pode fazer uma oferta aceitável a Deus, satisfazendo as condições necessárias.

Deus não rejeitou a oferta de Caim porque o odiasse, mas porque Caim estava em posição de relacionar-se mais intimamente com satanás; como isto dava a satanás direitos sobre a sua oferta, Deus não poderia aceitar a oferta de Caim, a menos que fosse estabelecida alguma condição prévia que justificasse sua aceitação. O exemplo de Caim mostra que, para que um homem decaído, que possui íntima conexão com satanás, retorne para o lado de Deus, ele deve estabelecer uma condição de indenização. Que condição de indenização Caim deveria ter feito? Era a condição de indenização para remover a natureza decaída.

Versos 6 - 8 Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante? 7 Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar. 8 Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando eles no campo, Caim se levantou contra o seu irmão Abel, e o matou.

Se Caim tivesse cumprido a condição de indenização para remover a natureza decaída, Deus teria aceitado sua oferta com alegria. O fundamento de substância teria, então, sido estabelecido na família de Adão. Para remover a natureza decaída, o homem deve estabelecer uma condição de indenização de acordo com o princípio da restauração por indenização, percorrendo um curso inverso ao processo através do qual, inicialmente, adquiriu a natureza decaída.

O arcanjo caiu porque não amou Adão; em vez disso, ele teve ciúme de Adão, que recebia mais amor de Deus do que ele. Esta foi a causa da primeira característica preliminar da natureza decaída: não tomar o ponto de vista de Deus. Para remover esta característica da natureza decaída, Caim, que estava na posição de arcanjo, teria que tomar o ponto de vista de Deus amando a Abel, que estava na posição de Adão.

O arcanjo caiu porque não respeitou Adão como mediador de Deus e não recebeu o amor de Deus através dele; ao contrário, ele tentou tomar a posição de Adão. Essa foi a causa da segunda característica preliminar da natureza decaída: abandonar sua própria posição. Para remover essa característica da natureza decaída, Caim, que estava na posição de arcanjo, teria que receber o amor de Deus através de Abel, que estava na posição de Adão, respeitando-o como o mediador de Deus. Dessa forma, Caim teria mantido sua devida posição.

O arcanjo caiu quando reivindicou domínio sobre Eva e Adão, que eram seus senhores por direito. Esta foi a causa da terceira característica preliminar da natureza decaída: inverter o domínio. Para remover esta característica da natureza decaída, Caim, que estava na posição de arcanjo, teria que obedientemente ter se submetido a Abel, que estava na posição de Adão. Aceitando o domínio de Abel, Caim teria restaurado a ordem do domínio.

O arcanjo transmitiu para Eva sua vontade má, afirmando ser permissível comer do fruto. Eva, por sua vez, transmitiu esta vontade errada para Adão, levando-o a cair. Esta foi a causa da quarta característica preliminar da natureza decaída: multiplicar o mal. Para remover essa característica da natureza decaída, Caim, que estava na posição de arcanjo, deveria ter sido receptivo às intenções de Abel, que estava próximo a Deus, e ser instruído por ele sobre a vontade de Deus. Assim, Caim deveria ter feito um fundamento para multiplicar o bem.

Em vez disso, Caim matou Abel. Ao assassinar Abel, Caim repetiu o pecado do arcanjo. Isto é, ele repetiu o mesmo processo que havia dado origem às características preliminares da natureza decaída. Assim, a família de Adão falhou em estabelecer o fundamento de substância. Conseqüentemente, a Providência da Restauração de Deus através da família de Adão não pôde ser cumprida[4].


Verso 10 - A voz do sangue de teu irmão está clamando a mim desde a terra.

Ao longo da historia, as pessoas de tipo Abel são escolhidas para representar o lado de Deus. Da mesma forma que Deus ama as pessoas decaídas, Abel deve ter o coração de amor para Caim e restaurar ele ao risco de sua vida. O caminho de Abel é o caminho de sacrifício. A historia de Abel se tornou a historia de derramar o sangue. Isto é o ensino fundamental da Bíblia desde Abel até Jesus e de todos os seguidores do evangelho que levaram a cruz até a morte[5].

Verso 25 - Tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.

A falha na Providência da Restauração de Deus na família de Adão nos ensina algo sobre a predestinação condicional de Deus para o cumprimento de Sua vontade e sobre Seu absoluto respeito pela porção de responsabilidade humana.

Desde a criação do universo, Deus predestinou que Sua vontade fosse completada com base na combinação do cumprimento da porção de responsabilidade de Deus e da porção de responsabilidade humana. Deus não poderia instruir Caim e Abel sobre como fazer corretamente suas ofertas, porque era porção de responsabilidade deles que Caim fizesse sua oferta com a ajuda de Abel.

Em segundo lugar, mesmo após Caim ter matado Abel, Deus iniciou um novo capítulo de Sua Providência estabelecendo Set, o terceiro filho de Adão, no lugar de Abel. Isto nos mostra que Deus havia predestinado absolutamente que Sua vontade seria cumprida um dia, mesmo sendo condicional a Sua predestinação a respeito dos seres humanos. Deus pré-determinou que Abel fosse bem-sucedido como figura central da oferta substancial, cumprindo sua própria porção de responsabilidade. Portanto, quando Abel não pôde completar sua responsabilidade, Deus escolheu Set em seu lugar e continuou Seu esforço para realizar a Vontade, a qual estava predestinada a ser realizada impreterivelmente.

Em terceiro lugar, através das ofertas de Caim e Abel, Deus nos ensina que os homens decaídos devem constantemente procurar por uma pessoa de tipo Abel. Honrando, obedecendo e seguindo-a, podemos realizar a vontade de Deus, mesmo sem compreender todos os seus aspectos.

A Providência por meio da qual Deus trabalhou para cumprir Sua vontade através da família de Adão foi repetida várias vezes devido à falta de fé dos seres humanos. Conseqüentemente, este curso resultou em um curso de indenização pelo qual nós mesmos devemos caminhar. Assim, a Providência da Restauração na família de Adão nos fornece muitas valiosas lições para o nosso próprio caminho de fé[6].



[1] Gn 3:5

[2] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 208

[3] Hb 11:4

[4] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 213

[5] MOON Sun Myung. The Book of Gênesis, HSA-UWC, New-York, 2003 – pág 61

[6] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 217

Tuesday, January 11, 2011

A LIBERDADE, A QUEDA E A RESTAURAÇÃO

A LIBERDADE, A QUEDA E A RESTAURAÇÃO

É verdade que os seres humanos eram livres para se relacionarem com os anjos, que tinham sido criados para os servirem. Porém, como o coração e o intelecto de Eva ainda eram imaturos no momento em que foi tentada pelo anjo, ela ficou confusa emocional e intelectualmente. A liberdade de sua mente original despertou nela um sentimento de receio, porém, como o poder do amor entre ela e o anjo era mais forte, ela ultrapassou o limite e caiu.

Portanto, apesar de o fato da liberdade ter permitido o relacionamento entre Eva e o anjo, e tê-la levado próximo da Queda, o que a empurrou para além do limite não foi a liberdade, mas o poder do amor fora do Princípio.

Da mesma forma, se as pessoas decaídas se relacionarem em liberdade com Deus, seguirem as palavras da verdade, formarem uma base comum e se envolverem numa ação de dar e receber com Ele, então o poder do amor dentro do Princípio poderá restaurar a sua natureza original[1].

A RAZÃO PELA QUAL DEUS NÃO INTERFERIU

NA QUEDA DOS PRIMEIROS HOMENS

Sendo onisciente e onipotente, Deus devia estar a par dos atos pervertidos dos primeiros homens que os estavam conduzindo à Queda. Então, por que Deus não interferiu para impedir a Queda?

1- Para MANTER O CARÁTER ABSOLUTO E PERFEITO DO PRINCÍPIO DA CRIAÇÃO

2- PARA QUE SOMENTE DEUS SEJA O CRIADOR

3- PARA QUALIFICAR OS SERES HUMANOS COMO OS SENHORES DA CRIAÇÃO.



[1] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 82

Sunday, January 9, 2011

A Queda do Homem - Gn 3 - parte 3

A QUEDA DO HOMEM - Parte 3

Gênesis 3: 8 – 9 - E ouviram a voz do SENHOR Deus,... E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?

Ate hoje, os seres humanos ficaram ignorantes do coração triste e agoniado de Deus depois da queda. É o coração de um Pai que sentiu uma dor tão grande de aflição ao longo da história que ninguém pode imaginar. Devemos realizar que o Criador não está somente chamando Adão e Eva, mas Ele está chamando cada ser humano cada vez que Ele manda um profeta ou um santo no curso da história[1].

Versos 12 -13 - Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi... E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

Adão diz que não foi culpa sua e sim de Eva, Eva por sua vez disse que a culpa foi da serpente, se perguntado a serpente podemos apostar que ela teria culpado o próprio Criador. E assim caminha a humanidade... A culpa sempre é da mãe, do pai, do professor, do médico, do outro cônjuge, etc, porém minha, jamais! Desde os primeiros antepassados Humanos até hoje podemos observar este comportamento decaído de colocar a culpa no outro. Tudo começou em Gênesis, no inicio, no jardim do Éden.

Verso 14 - Então o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.

Deus amaldiçoou o anjo decaído, a expressão “sobre o teu ventre andarás” significa que o anjo se tornaria um ser miserável, incapaz de funcionar corretamente ou de realizar seu trabalho original. “Comerás o pó”, significa que o anjo foi precipitado na Terra,[2] ficando privado dos elementos de vida de Deus. Ao invés, ele tinha que subsistir de elementos malignos tomados do mundo pecaminoso.

Verso 15 - Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua

descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

Deus pretendia criar um mundo de bondade e experimentar extrema alegria; contudo devido à Queda humana, o mundo se tornou cheio de pecado e tristeza. Se este mundo pecaminoso continuasse para sempre no atual estado, então, Deus seria um Deus impotente e ineficiente que falhou em Sua criação. Entretanto, Deus utilizará todos os Seus meios para salvar este mundo pecaminoso[3].

Imediatamente após a Queda, Deus iniciou a Providencia da Restauração para restaurar ou purificar a “semente” que foi contaminada pelo pecado original. Deus já determinou que uma nova “descendência” separada de satanás reverteria essa situação e viria um novo Adão.

Verso 24 - E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida.

Se Adão não tivesse caído, mas tivesse alcançado a Árvore da vida, todos os seus descendentes podiam também ter alcançado a árvore da vida. Eles teriam construído o Reino do Céu na Terra. Mas Adão caiu e Deus bloqueou o seu caminho até a árvore da vida com uma espada flamejante. Desde então, apesar dos enormes esforços das pessoas decaídas para restaurar o ideal da Criação, a árvore da vida tem permanecido como um sonho inatingível. Sobrecarregadas pelo pecado original, as pessoas decaídas não conseguem completar o ideal da Criação e tornarem-se árvores da vida apenas pelo seu próprio esforço. Para este ideal ser realizado é necessário que venha à Terra um homem que tenha completado o ideal da Criação como uma Árvore da vida. Toda a humanidade deve então se enxertar nele[4] e unir-se a ele. Jesus foi o homem que veio à Terra como esta Árvore da vida. A Árvore da vida pela qual o povo fiel da era do Antigo Testamento ansiava não era outra senão Jesus.

Uma vez que Deus bloqueou o caminho de Adão até a Árvore da vida, guardando-a com uma espada flamejante, não foi possível aproximar-se dela sem antes desobstruir o caminho. No dia de Pentecostes, línguas de fogo desceram sobre os santos e eles se tornaram cheios do Espírito Santo. Este acontecimento marcou a abertura do caminho e o afastamento da espada flamejante, coincidindo com as línguas de fogo que precederam à chegada do Espírito Santo. Ele abriu o caminho para toda a humanidade se aproximar de Jesus, a árvore da vida, e para enxertar-se nele.

No entanto, os cristãos têm sido enxertados em Jesus apenas espiritualmente. Por isso, até os filhos dos pais cristãos mais devotos continuam a herdar o pecado que precisa ser redimido. Mesmo os santos mais fiéis não conseguiram libertar-se do pecado original e, por isso, não puderam deixar de transmiti-lo a seus filhos. Por este motivo, Cristo tem que voltar à Terra como a Árvore da vida. Enxertando, mais uma vez, toda a humanidade nele, Cristo redimirá o pecado original da humanidade[5]. Os cristãos esperam, assim, impacientemente pela Árvore da vida que, no Livro do Apocalipse, simboliza Cristo em sua Segunda Vinda[6].



[1] MOON Sun Myung. The Book of Gênesis, HSA-UWC, New-York, 2003 – pág 50

[2] Is 14:12, Ap. 12:9

[3] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 91

[4] Rm 11:17

[5] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 60

[6] Ap. 22:14

A Queda do Homem - Gn 3 - parte 2

A QUEDA DO HOMEM - parte 2

Gênesis 3: 5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.

Verso 6 - E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.

Foi dito anteriormente que a árvore do conhecimento do bem e do mal simbolizava Eva. O que significa o fruto desta árvore? Significa o amor de Eva. Tal como uma árvore se multiplica através de seus frutos, Eva deveria dar à luz filhos bondosos através de seu amor centralizado em Deus. Ao invés disso, ela deu à luz filhos maus através do seu amor satânico. Eva estava em um estado de imaturidade; só devia atingir a maturidade plena depois de passar por um período de crescimento. Por isso, ela podia dar à luz bons ou maus frutos através de seu amor. É por esse motivo que o amor de Eva é simbolizado pelo fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, e Eva é simbolizada pela árvore.

Qual foi o significado do ato de comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal? Quando comemos algo, tornamo-lo parte de nós próprios. Eva devia ter comido do fruto da bondade através da consumação de seu amor centralizado em Deus. Nesse sentido, ela teria recebido a essência divina de Deus e multiplicado uma boa linhagem. Porém, ela comeu do fruto do mal ao consumar seu amor mau, centralizado em satanás. Assim, ela recebeu a essência de sua natureza má e multiplicou uma linhagem má, da qual descendeu a nossa linhagem pecadora. Com efeito, o ato de Eva comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal denota que ela consumou um relacionamento amoroso satânico com o anjo, o qual a ligou por laços de sangue com ele.

A raiz do pecado não foi o ato de os primeiros antepassados terem comido um fruto, mas sim que tiveram um relacionamento sexual ilícito com um anjo (simbolizado pela serpente). Conseqüentemente, eles não puderam multiplicar a linhagem boa de Deus, pelo contrário, multiplicaram a linhagem má de satanás.

Existem muitas evidências que nos ajudam a reconhecer que a raiz do pecado humano brotou da imoralidade sexual. Sabemos que o pecado original tem se perpetuado hereditariamente de geração a geração. Isto, porque a raiz do pecado foi consolidada através de um relacionamento sexual que prende uma pessoa a outra por laços de sangue. Além disso, todas as religiões que enfatizam a necessidade de expiar o pecado consideram a fornicação um pecado mortal, e ensinam as virtudes da castidade e da abstinência a fim de refrear a fornicação. Isto é um indício de que a raiz do pecado se encontra nos desejos lascivos. Os israelitas realizavam o ritual da circuncisão como uma condição para a santificação. Eles se qualificavam como o povo escolhido de Deus através da purificação pelo derramamento do sangue, uma vez que a raiz do pecado reside no fato de termos recebido sangue contaminado em nosso ser através de um ato imoral.

A promiscuidade sexual tem sido a causa principal da ruína de muitos heróis,

patriotas e nações. Mesmo entre as pessoas mais notáveis, a raiz do pecado — o desejo sexual ilícito — está constante-mente ativo em suas almas, por vezes, sem estarem conscientes disso. Talvez possamos erradicar todas as outras maldades, estabelecendo códigos morais através da religião, implementando cuidadosamente vários programas educacionais e reformando o sistema só-cio-econômico que alimenta o crime. Mas ninguém pode travar a praga da promiscuidade sexual, que tem se tornado cada vez mais dominante, à medida que o progresso da civilização torna os estilos de vida mais confortáveis e ociosos. Portanto, a esperança de um mundo ideal será um sonho vazio enquanto a origem de todos estes males não tiver sido erradicada.[1]

Verso 7 - Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.

Se eles tivessem cometido um crime por terem comido o fruto literal de uma árvore denominada árvore do conhecimento do bem e do mal, certamente teriam coberto as mãos e a boca. Faz parte da natureza humana encobrir os próprios erros. Uma criança pegada de surpresa comendo uma bolacha sem a permissão da sua mãe vai instintivamente esconder suas mãos ou cobrir a boca. Deste modo, o ato de cobrir suas partes inferiores mostra que estas partes, e não a boca, foram a origem de sua vergonha.

Em Jó 31:33 está escrito: “Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio”.

Adão cobriu as suas partes inferiores depois da Queda. Isto indica que a sua desonra provinha das suas partes inferiores. As partes sexuais de Adão e Eva foram a origem de sua vergonha porque foram os instrumentos de seu ato pecaminoso.[2]


[1] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág. 66

[2] MOON Sun Myung. Exposição do Principio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 63