Sunday, January 8, 2012

NOÉ SOLTA UM CORVO E UMA POMBA - Gn 8

NSOLTA UM CORVO E UMA POMBA

Gênesis 8: 6 - E aconteceu que ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela da arca que tinha feito. (7) E soltou um corvo, que saiu, indo e voltando, até que as águas se secaram de sobre a terra. (8) Depois soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra. (9) A pomba, porém, não achou repouso para a planta do seu pé, e voltou a ele para a arca; porque as águas estavam sobre a face de toda a terra; e ele estendeu a sua mão, e tomou-a, e recolheu-a consigo na arca.
(10) E esperou ainda outros sete dias, e tornou a enviar a pomba fora da arca.
(11) E a pomba voltou a ele à tarde; e eis, arrancada, uma folha de oliveira no seu bico; e conheceu Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra.
(12) Então esperou ainda outros sete dias, e enviou fora a pomba; mas não tornou mais a ele.

O numero “sete” em hebraico, shéva, significa algo divino, perfeito e que se completa. Vamos encontrar abundantemente na Bíblia, o numero sete.[1]

Para os seres criados realizarem um fundamento de quatro posições, tornando-se um centralizado em Deus, eles devem primeiramente passar através dos três estágios do período de crescimento e completar a finalidade dos três objetos. Por estas razões, o número três é o número do Céu, ou o número da perfeição.

Quando um parceiro-sujeito e um parceiro-objeto formam uma trindade e tornam-se um centralizado em Deus, a união resultante é uma encarnação individual de verdade que completou o fundamento de quatro posições, assegurando assim o status de criação de Deus, ela passa a ter a posição e a extensão em quatro direções: norte, sul, leste e oeste. Neste sentido, o número quatro é o número da Terra.

Quando um ser criado passa pelos três estágios do período de crescimento e estabelece o fundamento de quatro posições, ele se torna perfeitamente estabelecido nas dimensões qualitativas de tempo e espaço, respectivamente. Assim, toda a criação torna-se uma perfeita encarnação do número sete, que é a soma do número do Céu e do número da Terra. Esta é a razão pela qual a Bíblia relata a criação do Céu e da Terra como tendo ocorrido em um período de sete dias.[2]

O que prefigurava o ato de Noé soltar o corvo, o qual ficou circulando no ar à procura de um lugar para pousar até que as águas baixassem?

Examinemos que situações providenciais futuras seu ato prefigurava, como está escrito: “Certamente o Senhor não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”. (Amos 3:7) O ato significava que satanás estava procurando por uma condição através da qual pudesse invadir a família de Noé, tal como o arcanjo buscou pelo amor de Eva logo após a criação dos seres humanos, e tal como satanás estava à porta procurando por uma oportunidade para invadir as ofertas de Caim e Abel. (Gn 4:7)

O que prefigurava o ato de Noé soltar a pomba por três vezes?

Embora esteja escrito na Bíblia que Noé soltou a pomba para ver se as águas haviam baixado, essa não foi a única finalidade de seu ato. Quando foi solta pela primeira vez, a pomba representava o primeiro Adão. Deus criou Adão com a esperança de que Seu ideal da Criação, que Ele havia desejado desde o início, seria realizado por ele como a perfeita encarnação do ideal divino na Terra. Devido à Queda de Adão, entretanto, Deus não pôde realizar o ideal divino na Terra através dele. E Deus teve que retirar Seu ideal da Terra por algum tempo e postergar sua realização para uma data futura.

Quando foi solta pela segunda vez, a pomba simbolizava Jesus, o segundo Adão, que viria como a segunda tentativa de Deus para realizar a perfeita encarnação do ideal divino na Terra. Estes versículos prefiguravam que se o povo eleito não acreditasse em Jesus por ocasião de sua vinda, ele não teria “onde reclinar a sua cabeça”, (Lc 9:58) e assim, eles não poderiam realizar completamente a vontade de Deus na Terra. Nessa situação, Jesus teria que enfrentar a cruz e retornar ao seio de Deus, deixando a promessa do Segundo Advento. Se alguém do povo judeu tivesse fielmente atendido a Jesus, ele teria encontrado um lugar seguro para permanecer no meio deles. Ele não teria sido crucificado e teria edificado o Reino do Céu na Terra.

Quando foi solta pela terceira vez, a pomba simbolizava o Cristo do Segundo Advento, que vem como o terceiro Adão. Isto prefigurou que quando Cristo vier novamente, ele certamente será capaz de realizar o ideal da Criação de Deus, o qual nunca será retirado novamente da Terra. Quando a pomba não retornou, Noé finalmente desembarcou da arca e andou sobre a Terra, da qual havia sido removido o pecado e recriada. Isto prefigurou que quando o ideal da Criação for realizado na Terra através da obra do terceiro Adão, a nova Jerusalém descerá do Céu e a moradia de Deus será com os homens. (Ap 21:1-3)

A Providência da Restauração de Deus será prolongada se a pessoa encarregada da Providência falha em sua responsabilidade. Devido à falta de fé de Adão e à sua falha em cumprir sua responsabilidade, Jesus teve que vir como o Segundo Adão. Além disso, se o povo judeu não acreditasse em Jesus e falhasse em cumprir sua responsabilidade, com certeza, Cristo teria que voltar novamente como o terceiro Adão. Tal como a criação do Céu e da Terra necessitou de um período de sete dias, os intervalos de sete dias entre os vôos das pombas indicam que a restauração do Céu e da Terra requer um certo período de tempo providencial.[3]



[1] GUIMARAES Marcelo. A Torah. Bereshit. Belo Horizonte: AMES, 2006, pág. 73

[2] MOON Sun Myung. Exposição do Princípio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág. 328

[3] MOON Sun Myung. Exposição do Princípio Divino. São Paulo: AFUPM, 2009, pág 222

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